quinta-feira, dezembro 30, 2004
Receitas Extraordinárias
Por outro lado parece haver uma aceitação generalizada da necessidade de utilização de receitas extraordinárias para resolver os problemas nas finanças públicas. A meu ver é errado que assim seja, porque na prática o que significa é o continuar da situação e dos problemas actuais. Em vez de nos endividarmos mais andamos a vender património, mas o problema é o mesmo: gastamos mais do que ganhamos. E é esse o problema que tem de ser resolvido, e o que a aceitação das receitas extraordinárias acaba por fazer é ir tapando o sol com a peneira e assim permitir ignorar a verdadeira solução para o problema.
É errado colocar o problema entre a saúde das finanças públicas ou uma maior preocupação social e com o bem estar geral das pessoas. Temos de perceber que a saúde das finanças públicas não é um objectivo alheio aos nossos interesses. As finanças públicas são o nosso dinheiro, aquilo que com esforço pagamos em impostos, taxas e contribuições. Quando se fala em rigor nas finanças públicas, fala-se em rigor na forma de gerir o nosso dinheiro, e quando o estado gasta mais do que ganha, além vai ter de o pagar. Podemos ser nós daqui a uns anos, ou podem ser os nossos filhos, mas alguém vai pagar o preço do desleixo e desmando actual do estado.
quarta-feira, dezembro 22, 2004
Ceia de Natal
Alguns de nós vivem entre o dilema de ficarem felizes por não serem obrigados a passar o Natal com os familiares que não lhes dizem nada, e a vontade de terem um Natal tradicional com a família mais alargada. E assim se vive um momento de questionamento pessoal e chegamos à conclusão que para alguns de nós o Natal é um serão como qualquer outro, onde apenas se muda a ementa. As conversas são as mesmas, porque justamente não está o tio-avô, as primas da terra, a tia "cusca" que vive no estrangeiro, e toda essa gente que ninguém atura e a que chamamos família. Mas na época natalícia sabe bem-estar com ela. A festa da família levanta questões sobre a família que temos e a que gostaríamos de ter!
sexta-feira, dezembro 17, 2004
Turquia sim, claro!
1º É clara a boa vontade que a Turquia tem mostrado para conseguir entrar na UE e ceder dentro do possível às exigências que se lhe impõem. E até podemos pegar no exemplo do Chipre, que mesmo hoje a Turquia aceitou vir a reconhecer, embora de uma forma indirecta.
2ª É preciso compreender todo este processo à luz das tensões que existem dentro da sociedade turca, em que ainda existem importantes sectores hostis à ideia de um estado secular, democrático e moderno.
Mas o pior argumento é sem dúvida o das "diferenças culturais"... será um defeito assim tão grave um país ser muçulmano (que lata a deles!)? Será isso um factor de tal forma impeditivo para que um país possa fazer parte de um projecto como a UE? E piora ainda mais quando se fala em direitos das mulheres. Mas e como é que os direitos das mulheres turcas melhor são defendidos? É com a aproximação do país à UE!, e é um exemplo sintomático do tipo de questões que se estão a tratar.
Este é um tema muitissimo importante e mostra a intolerância e falta de capacidade que existe na UE para assimilar a diferença. A atitude de países como a França, que não consegue conviver com o simples facto de se poder usar um véu numa escola pública, mostra apenas a nossa pequenez.
Claro que a Turquia tem um caminho a percorrer para entrar na UE, não está em questão entrar ou não neste momento, nem está em questão entrar de qualquer maneira, e isso é evidente. O que se trata aqui é de saber qual deve ser o papel da Europa neste processo. Devemos fechar as portas à partida a quem caminha na nossa direcção, ou devemos antes dar um sinal às forças modernizantes e democratizantes da Turquia de que estão a caminhar no sentido certo e que os esperamos quando cá chegarem? Também já foi a altura em que este tipo de dúvida era sobre a nossa entrada, e convinha não nos esquecermos disso...
Turquia não!
A Turquia ainda não fez o necessário, ou pelo menos demonstrou alguma boa vontade em fazer mudanças dignas de um país europeu. Para se ser membro da UE tem que se respeita os Direitos Humanos, reconhecer a soberania de todos os outros Estados membros (caso de Chipre), mas a Turquia não cumpre com essas normas!
Este possível membro ainda tem uma grande desvantagem, que é marcada pela diferença cultural que poderá a longo prazo vir chocar com os ideais europeus. Basta pensar que é um país de confissão muçulmana e a visão que eles têm do papel da mulher e da condição feminina é redutora! De certeza que não é com a sua adesão que eles vão mudar a sua visão.
Não percebo os Eurocratas de Bruxelas que criticaram Bush por invadir os assuntos internos do Iraque e agora de forma mais subtil acham que ao começar as negociações com a Turquia vão “obrigá-la” a fazer reformas e mudar mentalidades, através da sua adesão. Não sei se é uma utopia ou uma hipocrisia, dado que a Turquia não tem mostrado qualquer cedência ou flexibilidade em efectuar as mudanças exigidas por Bruxelas. E que tal perguntarmos aos europeus directamente o que acham da entrada deste novo membro.
quarta-feira, dezembro 15, 2004
Não são só "eles"
A propósito do que já aqui falei, e como a Maria volta a referir, existe um descrédito da classe política, e a meu ver a lógica partidária é um dos factores mais importantes desse descrédito, pelo efeito que pode ter de afastar muitas pessoas da política. Sim, a culpa é da política e dos políticos, que não sabem captar a atenção das pessoas e motivar o seu empenho nas soluções proposta. Mas atenção que não é apenas "deles". A sociedade é uma espécie de força adormecida que não quer saber... mas por outro lado está sempre preparada para menosprezar ou maltratar os que se queiram preocupar. Não tenho qualquer dificuldade em compreender a falta de motivação que tantas pessoas de valor têm em aceitar cargos públicos.
terça-feira, dezembro 14, 2004
20 Fevereiro de 2005,
É que neste momento ninguém acredita mais em políticos, com a desordem que se gerou nos últimos tempos. Quando os membros do mesmo partido se desacreditam uns aos outros, e um ex-primeiro ministro apela os antigos membros do seu partido a tomarem mãos no país, algo vai mesmo mal.
As reformas necessárias para o país avançar foram postas em causa. E, por conseguinte, os portugueses desacreditam cada vez mais numa possível melhoria do seu nível de vida. Presentemente, não é fácil nos interessarmos e nos envolvermos nos assuntos da governação. É que nem os políticos, seja qual for a sua cor política, parecem muito certos do que andam a fazer e não transmitem qualquer segurança de serem capazes de tomarem medidas certas e prosseguirem com elas.
sexta-feira, dezembro 10, 2004
Prémio Nobel da Paz
quinta-feira, dezembro 09, 2004
Uma decisão errada
Vamos por partes. A decisão do Presidente é, então como agora, inteiramente legítima. É assim que o regime foi delineado, e eu até acho que está muito mal delineado, mas de qualquer forma a legítimidade é uma questão que não se põe. E se há coisa que Sampaio já soube provar é que não está refém da sua familia política, nem me parece que esteja de outros interesses particulares. Decide da forma que, ele acha, melhor defende os interesses do país. Dito isto, é óbvio que também é perfeitamente legítimo discordar e criticar a decisão, e o comportamento do Presidente. Não tem de haverproblema ou qualquer pudor em fazê-lo.
A dissolução foi uma má decisão, veio pôr fim a um governo cujo apoio no parlamento não estava em causa, e que tinha inteira legitimidade para governar. E, nesse sentido, não existe razão para a dissolução. E as razões que se podem invocar (a meu ver más), são aquelas que já foram invocadas há 4 meses atrás. Porque quanto à política seguida pelo governo, não é o Presidente que tem de ser, nem sequer deve ser, a figura tutelar do governo, que dita o que deve e o pode ser feito. E mesmo que a razão seja a política seguida, como se pode aceitar que um orçamento, que é a peça fundamental que a suporta, seja aprovado? Sendo, além disso, uma forma de condicionar o próximo governo.
Ao contrário do que possa parecer, o Presidente achar que o governo está a governar mal não é razão suficiente para dever convocar novas eleições. E, acima de tudo, não se percebe que à decisão não se tenha seguido de imediato uma explicação ao país.
terça-feira, dezembro 07, 2004
Mais leitores
domingo, dezembro 05, 2004
Passe a publicidade
sábado, dezembro 04, 2004
Partidos
"Chegou-se a este ponto por motivos bem conhecidos. Os partidos sobrevivem com base nos que estão disponíveis para a intriga, nos que falharam carreiras profissionais, nos que foram subindo os degraus que levam das inúteis juventudes partidárias aos postos onde é possível receber algumas das migalhas que o "chefe" possa distribuir - muitas se ele for primeiro-ministro, poucas se estiver na oposição. Ideias, ideologias, contacto com os problemas reais do país, vontade genuína de mudar o que está mal? Claro que ainda existem, mas nas bases, entre os que raramente frequentam as sedes, nos que não se misturam com as nebulosas obscuras que rodeiam as autarquias locais, os clubes e a construção civil. Eles existem, mas quase todos abominam a vida partidária e os seus golpes baixos: " José Manuel Fernandes, na edição de hoje do Público.
quarta-feira, dezembro 01, 2004
Eleições
Isto não implica de reconhecer que a experiência de Santana Lopes como primeiro-ministro deixou a desejar, mas sobre isso vamos ter tempo de falar.
domingo, novembro 28, 2004
Saturação de informação
sábado, novembro 27, 2004
Política não é para todos...
terça-feira, novembro 23, 2004
Felicidade procura-se!
segunda-feira, novembro 22, 2004
Fumo à porta...
Muitas vezes os fumadores compulsivos não se colocam no papel daqueles que tomaram a opção de não fumar e não querem levar com o fumo dos outros. Eles não imaginam o quanto é desagradável ter que levar com o fumo e cheiro do cigarro num elevador, e ficar com a roupa e cabelo a cheirarem a tabaco. Ainda, mais constrangedor é ter que suportar um hálito de fumadores pouco cuidados, que ao abrirem a boca levamos com um cheiro de tabaco nauseabundo.
Pensando bem, estas medidas restritivas acabam por beneficiar, em primeiro os fumadores sempre são menos cigarros que fumam, o que é bom para a carteira e para a saúde. Depois, é bom para os não-fumadores deixam de ser fumadores passivos em grande parte dos locais públicos. E por último, permite ao Estado fazer algumas economias a longo prazo, através da possível redução do número de doentes com cancros e outras doenças que derivam do tabaco.
Não me venham os fumadores defender a ideia que o cigarro é bom para baixar os níveis de "stress", mas que bonita forma de reduzir a ansiedade se por outro lado o tabaco provoca doenças gravíssimas e já está confirmado que é o acto de fumar que acalma e não o cigarro em si. Por isso, nada como procurar alternativas para aliviar o "stress", garanto que há muitas.
Em Memória,
Mas esse passo deveria ser acompanhado de medidas concretas e continuas a nível político. Não é apenas a mobilização de mais agentes policiais durante as épocas de maior trafego nacional (férias, e feriados prolongados) que vai resolver a questão. Estas medidas são apenas remendos, coisa que os nossos políticos fazem e muito bem. Tem que existir, também, nesta área uma política definida a longo prazo, e de preferência ser implacável com os infractores.
Ao aumentar as portagens e por as SCUTs podiam pensar na segurança e protecção daqueles que utilizam as estradas diariamente. Deveria-se começar pela os jovens (18 aos 25 anos, é nesta faixa etária que se verifica a maior número de mortos e feridos graves), com acções de sensibilizações intensivas e medidas de penalização outras que as simples multas que apenas fazem mal à carteira e não implicam qualquer tomada de consciência dos perigos rodoviários. E que tal o acompanhamento, durante um mês, de um paraplégico nas suas rotinas diárias, que sofreu um acidente de viação. "Conduza com prudência, não acontece só aos outros!"
quarta-feira, novembro 17, 2004
Politica, opinião, liberdade
2. Sejam as portagens, o estabelecimento ou não de uma comissão de inquérito sobre um qualquer tema, o referendo à constituição europeia, seja sobre lá o que for, conseguem-se contar pelos dedos os casos em que algum deputado de um partido vota contra a sua bancada.
3. Nós sabemos que este governo fez uma inversão de rumo (não está aqui em causa se boa ou má), e que poderia até voltar a fazer as que quisesse, que muito dificilmente deixaria de ter garantido o apoio parlamentar. Será que assim podemos ainda querer ver o parlamento como um verdadeiro "controlador" da acção governativa?
Este não é um problema do PSD, obviamente. São apenas dois exemplos, para mostrar porque acho que em geral a lógica partidária e o seu funcionamento explicam muito do desinteresse pela causa pública, e da excassez de pessoas com qualidade dispostas a dedicar-se a ela. Essencialmente por ser uma lógica castradora da liberdade e autonomia de pensamento, da criatividade e individualidade de cada um, ou que pelo menos subordina esses valores ao serviço dos objectivos do partido. Sendo realista, faz sentido que as coisas funcionem dessa forma, mas em Portugal a fidelidade partidária é levada a um limite que subverte o próprio sistema político, e o papel que devia ser e não desempenhado pelo parlamento.
E quantos estão dispostos a sacrificar a liberdade de julgar aquilo em que sobre um ou outro assunto acredita e julga ser o melhor para o país, a bem do objectivo do partido? Podemos achar que serão mais ou menos, mas são certamente os melhores aqueles que menos estão dispostos a sacrificar essa sua liberdade. E o facto é que os partidos são o meio mais importante que os cidadãos têm de chegar à política e ao exercício de cargos políticos, e esta lógica de funcionamento partidário que é cultivada, de seguidismo e falta de independência das pessoas, consegue de facto empobrecer a vida política.
Que diferença poder ouvir um José Pacheco Pereira, um Manuel Alegre ou um António Barreto, quando estamos habituados às marionetas e yes-man's do costume, que antes de abrirem a boca já nós sabemos quem e o que vão defender!
quinta-feira, novembro 11, 2004
Paradoxal (?)
Quanto à morte de Arafat, foi triste todo este espectáculo de o ver a ser morto e ressuscitado dia após dia.
Paradoxal
terça-feira, novembro 09, 2004
EUA e Bush
Do Luciano Amaral, sobre a geração representada por Kerry, n'O Acidental.
Dois posts muito interessantes do Filipe Alves, sobre a (falsa) superioridade moral da Europa sobre os EUA, aqui e aqui. Concordo inteiramente.
Bela Iniciativa
quarta-feira, novembro 03, 2004
Mau jornalismo
Considero que houve por parte do (a) jornalista uma falta de ética profissional ao não preservar a identidade das pessoas retratadas nessa reportagem. O objectivo de um artigo deste género é o de informar, dar conta de uma realidade não é por a nu a identidade, a imagem de jovens que já por si fragilizadas pelas suas histórias de vida quanto mais expor as suas fotografias, os seus nomes verdadeiros, assim como o dos seus filhos.
É um erro profissional muito grave em meu entender revelar desta forma a identidade das pessoas sem pensar nas consequências para essas mesmas jovens. Apesar de estas darem o consentimento para falarem da sua história, isso não dá direito de utilizar a informação sem o mínimo de cuidado!
A história de vida destas jovens é infelizmente a de muitas outras mães adolescentes, então não vejo o motivo para personalizar em demasia casos específicos. Se a função da reportagem é de alertar a opinião pública para a questão do ser-se mãe na adolescência, não haverá necessidade de destacar desta forma jovens com fotos e com os nomes verdadeiros. Elas já se sentem por vezes estigmatizadas e sentem desconfiança perante os adultos e instituições que pretendem ajudá-las agora por favor não venha um repórter dar cabo de todo um trabalho feito no sentido de proteger e salvaguardar estas jovens.
terça-feira, novembro 02, 2004
Se fosse americano (continuação)
Em política interna parece-me haver muito a apontar a Bush, embora não menos a apontar a algumas ideias de Kerry como a do proteccionismo para defender empregos. É a política externa que acho mais importante avaliar, e Kerry acabou por adaptar o seu discurso à ideia de que fará no essencial o mesmo que Bush, apenas de outra forma. Na verdade não sabemos muito bem o que virá dali, e pelo menos em Bush os americanos têm alguém de quem sabem o que podem esperar. Olhando para a base de apoio que suporta Kerry, não é de esperar que saiba manter a mesma firmeza e força de vontade nas muitas decisões dificeis que ainda é preciso tomar. Não basta ser um "não-Bush" para fazer melhor.
Segundo a Economist há que escolher entre o Incompetente e o Incoerente. Pois bem, eu prefiro quem escolheu o caminho certo e em muitos casos mostrou incompetência para o seguir, do que quem não tem sequer um caminho e irá certamente seguir o mais fácil, e errado.
É uma pena que tão poucos consigam ver, um pouco que seja, para além da imagem de atrasado mental que Bush parece representar, as questões tão importantes que nesta eleição se vão decidir. É uma pena, e é preocupante.
segunda-feira, novembro 01, 2004
Curso de Condução Defensiva
Começámos por fazer uma análise de acidente, observando as várias causas e factores inerentes ao meio, veículo e condutor, assim como a atitude que devemos colocar na nossa condução, ou a correcta posição de condução e maneabilidade. Falámos ainda de como a atenção e a velocidade de reacção são factores importantes para se evitar o acidente, e da questão da distância de travagem e paragem, e de como com o aumentar da velocidade o condutor vai perdendo a capacidade de avaliar as distâncias.
Durante a tarde pudemos aprender qual a forma correcta de enfrentar travagens de emergência com e sem ABS, com e sem desvio de obstáculos, e de como controlar o veículos em situações de sub e sobre viragem. E isto com oportunidade de testar nos veículos aquilo que nos havia sido ensinado como as formas correctas e incorrectas.
Ao contrário do que esperava, a formação acabou por ser muito interessante e contrariar algumas ideias de senso comum. Para dar um exemplo, quantas pessoas sabem que numa travagem de emergência se deve carregar SEMPRE na embraiagem, porque o contrário só ajuda a que o carro entre em desiquilibrio e se descontrole? E mais ainda, será normal que este tipo de conceitos elementares (mas infelizmente tão pouco conhecidos) não seja dado quando se tira a carta?
Acredito que todos saimos da formação a saber mais sobre como devemos conduzir, e mais conscientes das nossas limitações e de como os nossos erros e/ou descuidos podem ter consequências tão graves. As coisas que pude aprender foram como um banho de humildade, e acrescentado a isso o excelente atendimento e a filosofia de qualidade no ensino só posso dizer a quem tenha oportunidade de frequentar o curso que o faça pois vale bem a pena!
E, por fim, será que o investimento neste tipo de formação não produziria mais resultados do que a simples repressão e autêntica caça à multa a que assistimos no nosso dia-a-dia?
Ar fresco
Vale a pena ler a reprodução que o Público faz da entrevista a António Barreto.
quarta-feira, outubro 27, 2004
No Respublica
domingo, outubro 24, 2004
Novos fenómenos turísticos
Estes novos tipos de turistas não dispensam uma ida a Montmatre, ao Café onde a heroina trabalhava, e sobretudo não dispensam trazer um “souvenir”, isto é a colher de café que usurpam ao proprietário do mesmo! Os turistas apreciadores e amantes do filme de Amélie passaram a ir a este ilustre desconhecido café de Paris que depois do filme de “Amélie Poulain” passou a ser conhecido como o café de “Amélie”.
O segundo fenómeno mais recente é o do livro “o Código da Vinci” que em parte se passa em Paris, e tem agora um impacto no tipo de turistas que procuram os locais indicados no livro e pretendem reviver o romance. Assim, o Louvre tem hoje visitas guiadas em que o (a) guia anda com O do Código da Vinci na mão e em determinados momentos se lêem passagens do livro. O Código da Vinci teve outro impacto que não só no Louvre, a igreja de Saint Suplice que outrora visitada por alguns turistas hoje encontra-se invadida pelos aficcionados do Código.
Agora, o padre responsável de Saint Suplice é que já não acha tanta piada e viu-se obrigada perante tal corrupio a escrever em grande em todos os locais visíveis, aqui não houve nenhum assassinato. É no mínimo engraçado como um romance de ficção ou um filme podem mexer tanto com a curiosidade e interesse das pessoas.
sexta-feira, outubro 22, 2004
Espaços de "viajantes"
segunda-feira, outubro 18, 2004
Até já
quinta-feira, outubro 14, 2004
terça-feira, outubro 12, 2004
Nuvens negras
Quando avistamos a nuvem negra, ao longe, tentamos esquivar-nos. Se damos de caras com ela pensamos para os nossos botões, já me vai desenrolar o rosário de problemas. Então desligamos e fazemos de conta que estamos a ouvir e acenamos com a cabeça ou concordamos com tudo para encurtar a conversa.
É óbvio que todos temos problemas e que nem sempre as coisas são fáceis, agora as pessoas do tipo nuvem negra esquecem-se que não são as únicas a ter problemas e vitimizam-se. Pois, cada um é responsável pela sua forma de viver e estar na vida. Existem aqueles que só pensam nos problemas aumentando-os e temos os outros que tentam não pensar muito e deixar que as coisas se vão resolvendo sem fazer drama. É a nossa maneira de pensar a vida e de a encarrar que faz com que sejamos mais ou menos optimistas e sem dúvida mais agradáveis para quem convive connosco.
sábado, outubro 09, 2004
Estupefacção
Um ministro resolve tecer as considerações que teceu sobre as opiniões emitidas por um comentador, sobre o facto de esse comentador ter o espaço e as condições que tem para as emitir, e remata apelando à intervenção da Alta Autoridade para a Comunicação Social para resolver o assunto. O comentador diz que a resposta segue no seu comentário do próximo domingo. Mas, entretanto, o director do grupo que detem a cadeia de televisão em que esse espaço de comentário tem lugar convoca-o para uma reunião, e o comentador anuncia que os seus comentários terminaram.
Este é o relato factual da cadeia de acontecimentos e parece-me que se pode concluir, pelo menos, o seguinte: Não foi por iniciativa de Marcelo que os seus comentários cessaram. Logo, é evidente que houve "algo" nessa reunião que o levou a tomar essa decisão, e é ainda evidente que a esse "algo" não foi indiferente o facto de o ministro ter feito as declarações que fez.
O jornais comentam que os accionista do Grupo Media Capital vinham a sentir-se incomodados com o facto de os comentários de Marcelo na TVI poderem prejudicar oportunidades de negócio para o grupo. Como se não fosse suficiente, vem-se a saber (vale a pena ler o quem escrito o Abrupto e outros sobre o assunto) que o governo encetou contactos com outros países na UE para verificar se, nos respectivos países, havia programas de televisão em que um comentador com perfil político fazia análise à vida política interna sem ser sujeito a contraditório (meu deus, será que isto é de gente normal?), informação que o ministro vem depois usar como argumento. Para terminar, parece que Santana Lopes já havia assumido perante o PSD a intenção de intervir na Comunicação Social.
Algo de muito errado se está a passar...
quarta-feira, outubro 06, 2004
O PCP - "Monarquia" disfarçada de "Democracia"
Quando os militantes de base ou os militantes em geral sejam eles da ala mais conservadora ou renovadora não têm direito de se pronunciar quanto ao futuro do partido para mim isso é uma castração à liberdade. É que neste partido a sucessão efectua-se como se de uma monarquia se trata-se em que alguns notáveis do partido e o secretário cessante escolhem o sucessor ao "trono" sem que se oiça a voz do povo. Aqui a boa democracia que permite a cada um de forma livre decidir quem gostaria ver à frente do partido, é esquecida!
Apregoa-se a Democracia para os outros e para fora do partido, mas dentro da própria casa exerce-se uma monarquia ideológica, basta lembrar o afastamento de alguns comunistas mais renovadores do partido, só porque as suas ideias não agradavam ao secretário geral e aos mais conservadores. Mas que democracia partidária é esta onde não se respeitam as várias opiniões dentro do mesmo partido. De algum modo este post vai de encontro com as ideias defendidas pelo Pedro no post "Mau sinal", relativamente ao não respeito pela diferença de opiniões.
terça-feira, outubro 05, 2004
Mau sinal
É mau sinal que seja permitido a um Ministro da Presidência pronunciar-se desta maneira sobre as opiniões proferidas por um comentador político. São reacções e "tiques" geralmente sintoma de nervosismo e fraqueza.
quinta-feira, setembro 30, 2004
Canal alternativo ou elitista?
Alguns dirão que um canal público de televisão não tem que ser para uma pequena minoria elitista de intelectuais de "esquerda", intelectuais no geral. Mas se não for o Estado à financiar e a apoiar uma cultura de erudição, mesmo que seja uma minoria, como é que essa cultura pode existir. Afinal está-se na era da defesa das minorias mesmo que seja em termos de gostos culturais!
A meu ver neste mesmo canal com uma vertente cultural ele permite dar a conhecer uma cultura alternativa que nenhum outro canal propõe, porque está à caça das audiências. Há quem diga que quem quer cultura paga-a! Discordo no sentido em que ao termos este canal dito alternativo e cultural também o acesso de uma cultural para elites chega ao Zé povinho e ele tem oportunidade de ver, conhecer e eventualmente aprender a gostar de uma forma de cultura que de outra forma não tem acesso e também porque desconhece. Para se mudar hábitos culturais tem que se lhe oferece outras alternativas e dar a conhecê-los através de um meio que chega directamente a casa das pessoas, e aí nada como um canal de televisão.
terça-feira, setembro 28, 2004
Democracia madeirense
Resultado? Uma situação embaraçosa, diriam vocês. Mas não só, calma... convém lembrar que estamos a falar da Madeira. Aqui os problemas têm uma solução muito mais simples: a polícia agarra no casal que protestava, leva-o para a esquadra (suponho eu), e está o assunto resolvido. O presidente segue depois para o púlpito, no qual discursa contra a exploração desumana a que, noutros tempos, os ingleses sujeitavam os trabalhadores. (continua)
segunda-feira, setembro 27, 2004
Coisas que não se percebem
"Como é que é possível haver muitas centenas de pessoas a assistir às corridas ilegais, em estradas que toda a gente sabe quais são, sem a polícia o impedir, prender os condutores, tirar-lhes a carta e os carros? Expliquem-me."
sábado, setembro 25, 2004
Esquerda "democrática"
E eu pergunto: nas eleições europeias, onde a participação foi bastante inferior aos tais 50%, passa pela cabeça de alguém usar esse argumento para pôr em causa a legítimidade democrática dos resultados e da distribuição de mandatos que daí adveio? E pergunto ainda: pode passar pela cabeça de alguém, independentemente de concordar ou não com a ideia de haver referendo sobre uma matéria como o aborto, que depois de um resultado e de uma vontade expressa pelo voto se faça exactamente o contrário sem nova consulta popular?
Isto é de puro bom senso e pudor democrático! Não paro de me espantar com o desdém que alguns arautos da esquerda e da "democracia" (não só na esquerda, como é evidente) demonstram pela vontade das pessoas comuns, expressa pelo voto, quando não vai de encontro ao que estes entendem como a "razão". Sendo esse o caso, nada mais natural que impôr a tal "razão", em proveito de um suposto bem comum para o qual eles, os iluminados, fazem o favor de nos encaminhar.
segunda-feira, setembro 20, 2004
Refinaria da GALP
Não ouvi a conferência para poder comentar o tom mas, do que li nos jornais, não me parece que alguém tenha posto em causa a credibilidade das conclusões. Tendo em conta a sua gravidade, era sobre elas que o Ministro da Economia devia ter tido a preocupação de se pronunciar.
Clean up the World
sexta-feira, setembro 17, 2004
Taxas Moderadoras e Justiça Social
Resumiria o argumento exposto pela Maria da seguinte forma: O Sistema Nacional de Saúde (SNS) é um espelho das desigualdades que existem na sociedade. Como tem pouca qualidade na forma como presta os seus serviços, os ricos preferem aceder a serviços privados, e só os mais carenciados e sem alternativa é que a ele recorrem. Conclusão: As taxas moderadoras vão ter como único efeito prejudicar os mais carenciados.
1. Não vejo qualquer problema que os mais ricos não queiram usar o SNS. Cada um deve fazer aquilo que entender que mais lhe convém, e neste caso, como no da educação e de outros, a concorrência da iniciativa privada é um elemento saudável. Só é grave no sentido em que isso possa ser entendido como um sintoma de que o SNS não presta um serviço com qualidade considerada mínima ou razoável.
2. Tal como na questão das propinas, o justo é que quem tem rendimentos altos passe tendencialmente a pagar os serviços que lhe são prestados, e quem tem rendimentos baixos continue a não pagar, para que no fim haja capacidade do estado prestar serviços com maior qualidade aos seus cidadãos. Daqui não decorre que os mais necessitados sejam prejudicados, bem pelo contrário!
3. Existem, pelo menos, dois argumentos fortes contra esta ideia. Um é o facto de as declarações de IRS (utilizadas como base para determinar qual o rendimento dos cidadãos e, consequentemente, se devem pagar mais ou menos pelos serviços) infelizmente e como todos sabemos valerem o que valem. E outro é o eventual pesadelo burocrático que daí adviria.
Quanto ao primeiro o estado deveria tornar-se mais eficiente no controlo de rendimentos das pessoas. Mesmo que isso não aconteça (e bem sabemos como é provável), e apesar das muitas injustiças que se veriam, o certo é que os mais carenciados de certeza não passariam a pagar mais por isso e os mais abastados passariam tendencialmente a faze-lo. Quanto ao segundo ainda menos o sei avaliar, mas confesso que me causa algum receio.
4. Ainda assim, e tendo em conta a limitação de meios que existe, e existirá sempre, esta parece-me a solução racional para que o estado tenda a usar o seu orçamento e gerir os seus recursos de uma forma mais eficiente e socialmente mais justa.
Colocação de Professores
Alguma coisa está muito errada quando ano após ano os problemas se sucedem de forma quase previsível, como se tratasse da coisa mais natural ou daquelas inevitabilidades sobre as quais não vela a pena queixarmo-nos muito, e sem que se mexa uma palha para os corrigir. Tem de haver um responsável e de se perceber o que é preciso mudar. O que não faz sentido é o que se tem feito, que é todos sabermos de antemão que para o ano tudo voltará a acontecer e nada se fazer sobre o assunto.
quarta-feira, setembro 15, 2004
Taxas moderadoras
Não é o princípio em sim do aumento das taxas moderadoras na saúde que me aborrece, se fosse para termos um atendimento mais eficaz e humanizado nos centros de saúde e hospitais públicos. O que na minha opinião vai acontecer é apesar dos aumentados tudo vai continuar na mesma. Com agravante de que os que realmente precisam do sistema público de saúde, porque são os que mais precisam por não fazem nenhum tipo de medicina preventiva por falta de conhecimento e de possibilidades económicas é que vão sentir na pele o aumento.
Não há sistema mais hierarquizado por classes sociais que o nosso sistema de saúde. Temos os reformados com baixas pensões, os desempregados e as famílias com poucos recursos que recorrem ao sistema público de saúde. E depois temos os funcionários públicos, ou de outras instituições corporativas, os bancários ou os professores que têm o seu próprio sistema de saúde e por fim temos os abastados que podem pagar os cuidados de saúde no privado e que para além disso fazem uma medicina preventiva.
De que servem os aumentos? É supostamente para que os mais ricos paguem pelos mais pobres só que os mais ricos já têm os seus próprios sistemas de saúde e raramente recorrem ao sistema público (isto é centro de saúde), só em casos excepcionais como as cirurgias é que recoorem aos hospitais púbicos.
sábado, setembro 11, 2004
Os estudantes
1. Começando pelo fim, é evidente que as pessoas são hoje em dia bem menos ignorantes do que eram há 10, 20 ou 30 anos atrás. As formas de cultura mudam, mas é claro que neste momento o comum das pessoas tem agora mais conhecimento do que era normal em tempos passados.
No entanto, visto por graus de ensino, não se pode dizer o mesmo. Houve uma expansão brutal do sistema de ensino, em particular no secundário e superior, e a qualidade e a exigência tiveram de ceder à quantidade. É uma tendência que deve e tem de ser invertida, mas existe e é notória. É um desafio do nosso sistema de ensino, a que infelizmente a mentalidade portuguesa não ajuda.
2. É perfeitamente normal que os pais façam todo o esforço para criar os seus filhos da melhor forma, e isso inclui garantir que têm o apoio necessário para ter sucesso nos estudos. Como é natural que cada um se vista como quer e pode. Essa não é a questão. A questão é que aqueles que dão a cara pela luta contra as propinas (e já aqui tive oportunidade de dizer como acho que essa luta faz pouco sentido) são alunos para quem, com poucas excepções, o aumento das propinas para o seu dobro ou o seu triplo não faz qualquer diferença assinalável.
3. E o que dizer sobre a representatividade dos alegados "representantes" dos alunos, que tanto vivem esta luta? As aspas não estão aqui por acaso. Vai fazer dois anos que deixei de ser aluno, e sei muito bem como funcionam as eleições e as associações de estudantes das universidades, e o quão pouco eles representam.
Quanto à sua apaixonada luta contra as propinas, o percurso académico da maior parte destes senhores é por si só suficiente para demonstrar o quanto valem os limitados argumentos que usam. A culpa de chegarem à liderança das associações é também dos alunos que não participam? Em parte será. Mas que estas lutas são em grande parte estranhas ao comum dos alunos, não tenho qualquer dúvida.
4. Temos a constituição que temos, e resta-nos o consolo de saber que já foi bem pior. A verdadeira justiça é a de garantir que ninguém, com o devido mérito e vontade, deixe de poder aceder ao ensino obrigatório ou à universidade por falta de condições económicas. Isso faz-se não só isentando de propinas os mais necessitados, mas apoiando-os verdadeiramente, com uma acção social realmente efectiva.
Justiça social não é, certamente, subsidiar o estudo dos ricos com propinas meramente simbólicas e através de impostos pagos por todos, inclusivé pelos mais pobres e necessitados, cujos filhos só muito raramente chegam à universidade, e muitos nem o ensino obrigatório concluem.
sexta-feira, setembro 10, 2004
Ser estudante hoje
Concordo plenamente com o que ela diz só quero acrescentar que em grande parte os pais são também os responsáveis por esta situação. Em primeiro lugar só facilitam a vida a sua progenitura, mesmo que para isso tenham que trabalhar noite e dia. Para que o seu "orgulho de estudante", possa usar a camisa da Gant, os sapatos vela…e deixando de citar tudo o que homogeneiza todos esses estudantes. Quanto ao nível cultura esse esta cada vez mais baixo. Pior é que quando existe um grupo de estudantes que se distingue pelo seu brilho intelectual é tratado de "o grupo dos cromos".
quarta-feira, setembro 08, 2004
Legalização dos imigrantes
Por isso, sou de opinião que o cartão de residente só deve ser atribuído a todos os imigrantes independentemente da sua nacionalidade ou credo religioso, depois de um acordo contratual entre o imigrante e o SEF ou outra instituição. Este contrato estabeleceria o compromisso dos estrangeiros residentes no nosso pais de aprender um mínimo da nossa língua, mas também o de conhecer os seus direitos e deveres na sociedade portuguesa.
A "esquerda" no seu melhor
É muito discutível que uma matéria como o Aborto seja decidida por referendo. Mas, depois de uma alteração ser chumbada pelo voto directo dos cidadãos, parece-me evidente que esse chumbo só poderá ser revogado mesmo voto directo.
Ingenuidade e Hipocrisia
A prpósito da ingenuidade de alguns, e a hipocrisia de outros, este post do Mar Salgado vale a pena ser lido (Tomo a liberdade de o transcrever):
"DAR UTILIDADE ÀS COISAS: A traineira ao largo da Figueira da Foz, se estivesse realmente interessada na saúde das pessoas, bem que podia ir aproveitando o tempo e as magníficas condições clínicas do contentor amarrado com cabos amarelos para umas operações ao apêndice ou às amígdalas, distribuição de aspirinas e curativos simples. Há que não deitar fora uma ideia genial e seria muito mais produtivo que este barco andasse pelos mares fora a curar efectivamente doentes e a auxiliar os diversos serviços de saúde dos países mais carenciados. Sempre era mais útil.Quanto aos que generosamente têm andado a enviar mantimentos e bebidas para bordo, se querem verdadeiramente ajudar as mães carenciadas, recordo que há muitas que passam necessidades e mesmo fome para educar os seus filhos e que há inúmeros sítios onde se podem entregar mantimentos para lhes serem remetidos. Podem entregar também brinquedos, mesmo velhos, as crianças gostam de brinquedos."
segunda-feira, setembro 06, 2004
Ainda o Código da Vinci
Mostrar o que tem de ser mostrado
Não me parece que agora seja o caso quando lidamos com acontecimentos como o dos reféns na escola de Beslan, na Russia, ou outros do mesmo tipo que cada vez se revelam mais comuns. Não faria sentido que perante o drama e a tragédia do episódio, fosse outra notícia a abrir e ocupar os olhares dos media e do mundo. Nem estou a ver que toda essa atenção venha de algum tipo de manipulação ou conspiração por parte dos terroristas. Ela vem, antes de tudo, da importância e ameaça incontornável que este tipo de acontecimentos e actos representa para a nossa sociedade, e essa é essencial que fique clara aos olhos de todos nós.
Terrorismo televisivo
É a de nos bombardearem com os acontecimentos de grande violência, para além daquilo que muitas vezes pensamos que o ser humana é capaz de fazer. Agora coloco uma questão será que não estão a "colaborar" com os terroristas? Quero eu dizer com isto que a repetição constante deste tipo de notícias e a forma por vezes sensacionalista como apresentam a informação, só vem criar um sentimento muito grande de terror e insegurança a nível planetário! E não será justamente isso que os terroristas querem! Semear o pânico e demonstrar que eles são capazes das piores atrocidades e nada melhor que publicitar esses actos através dos meios de comunicação mundiais. Para além de que este tipo de acto inqualificável pode dar ideias a outros.
Não estão os órgãos de comunicação a serem manipulados inconscientemente pelo poderio das organizações terroristas?
terça-feira, agosto 31, 2004
"Barco do Aborto" já ganhou?
A polémica com o "Barco do Aborto" e, aliás, a ideia em si da sua existência e actividade, tem a ver com tudo menos com os problemas da mulher que se possa ver obrigada a fazer um aborto. Não é preciso ser muito perspicaz para perceber isto. O seu propósito é suscitar polémica e provocar debate no sentido da liberalização da prática do aborto.
Tendo em conta a importância que veio dar ao fenómeno, e o efeito que tem de levantar os ânimos, levanta-me algumas dúvidas se esta decisão não terá um efeito contrário ao pretendido. Como aponta JPP, andar com vasos de guerra a cercar o dito barco como se se tratasse de alguma ameaça nacional é um folclore desnecessário. É o tipo de atitude que corre o risco de ser contra-producente, da mesma forma que a entrada do barco seria provavelmente contra-producente para aqueles que defendem uma posição moderada a favor da liberalização. Já todos percebemos que vai haver um referendo, e é nele, e não na agenda política imediata, que o governo deveria começar a pensar. Ainda assim, volto a dizer, a decisão não deixa de fazer todo o sentido.
segunda-feira, agosto 30, 2004
Nada de Cedências
No meu entender a França não deve ceder a extremistas islamicos que visam derrubar um dos princípios básicos dos governos democráticos, que é o de ser laico. A revogação da lei sobre a proibição do uso do véu nas escolas públicas, portanto laicas, só viria dar força aos extremistas e enfraquecer aqueles que de forma pacífica defendem a liberdade e a democracia.
sábado, agosto 28, 2004
Intimidade e Big Brother
Da mesma forma que há uma diferença entre quem expõe a sua vida privada nas revistas e jornais, e tentando usar isso em seu proveito (o que a longo prazo nem sempre acontece), e aqueles que se podem realmente queixar de ter a sua privacidade e intimidade invadidas.
sexta-feira, agosto 27, 2004
Um ano depois
"Terça-feira, Agosto 26, 2003
Depois de algum tempo como observador da blogoesfera resolvi fazer a experiência de passar para este lado.O tempo dirá o que este blog será ao certo ou se chegara a ser alguma coisa.
# posted by Pedro @ 04:02"
Àqueles que nos visitam e nos acompanham, muito obrigado!
quinta-feira, agosto 26, 2004
Ilha Perdida em Festa!
Como todos os colegas bloguistas sabem esta aventura do Blog exige de cada um de nós dedicação, entusiasmo e actualização sobre o que se passa no “Mundo lá fora!”. Ao chegar ao primeiro aniversário é sem dúvida um orgulho e uma vitória para aqueles que se lançaram neste projecto. E hoje tomo a liberdade de felicitar os dois moradores da Ilha Perdida por manterem-na como um espaço de reflexão pessoal, onde se pode ler e verificar de forma aberta, a existência de mentes críticas, que reagem com os seus meios, ao que se passa à sua nossa volta.
Estão também de Parabéns, os que nos visitam e todos aqueles que fazem do seu melhor para manter este espaço cibernaútico, que é o mundo Bloguista!
quarta-feira, agosto 18, 2004
Renováveis
segunda-feira, agosto 16, 2004
Código da Vinci
Por manifesta falta de bases para o fazer, não vou comentar a teoria que o livro apresenta. Ainda assim, e mesmo que boa parte dos argumentos possa ser de veracidade duvidosa, tem pelo menos a qualidade inestimável de nos fazer entrar e pensar em temas que geralmente ignoramos quase por completo.
Sem dúvida, um livro a ler!
Expectativas
Onde não há expectativas face aos outros, aos acontecimentos ou às situações damos lugar ao imprevisto, à surpresa, o que permite viver aquele instante da melhor maneira, aproveitando as alterações momentâneas das circunstâncias e até ficar agradavelmente surpreendido. O facto de aceitar os imprevistos e não planear nem criar, demasiadas ou nenhumas expectativas, estamos abertos para receber as coisas sem estar preso a esquemas mentais de felicidade interna. O não estar expectante permite ser livre de parâmetros internos e assim atingir um contentamento constante, sem flutuações de estados de humores que dependem ou não da concretização das nossas expectativas.
quarta-feira, agosto 11, 2004
Recordar Zéca Afonso
Considero que deveria fazer parte dos manuais de história no secundário falar dos grandes homens que lutaram pelos ideais de liberdade, utilizando para isso a poesia, a música ou as artes em geral. Muitas vezes se esquece que grandes artistas à maneira deles também fizeram a revolução através da sua pintura, literatura e canção.
Vegetarianismo
É notório verificar de há uns anos a esta parte o número de restaurantes vegetarianos que encontramos pela capital e até pelo país fora. O que pode ser uma boa estratégia para regressar aos bons sabores do mediterrâneo, onde o azeite os frutos secos e a leguminosas eram a base da alimentação portuguesa. Muitas vezes, associado a este tipo de prática alimentar, está uma filosofia de vida também muito mais “zen” o que é sem dúvida uma aposta em termos de saúde. Portanto, nada como “mens sana in corpore sano!”
sexta-feira, agosto 06, 2004
Put your money where your mouth is
"Afinal parece que os imperialistas Americanos e os seus lacaios Britânicos são os principais contribuintes para o fundo das Nações Unidas de assistência humanitária para o Sudão. Juntas, as contribuições de Estados Unidos e Reino Unido somam mais US$118,051,820 o que representa mais de 55% das contribuições. Dados oficiais de hoje. Dia 4 de Agosto.
Alemanha, França e, já agora a Comissão Europeia para dar uma ajudinha, somam, todos juntos, 8.87% do total de donativos.
É mesmo daquelas situações em que apetece dizer: pois..."
Finalmente!
quarta-feira, agosto 04, 2004
Casino
Esta governação começa já com vários erros mas quero desde já apontar um que me irrita profundamente. A área metropolitana de Lisboa já tem um casino, qual é a necessidade de ter um segundo? É verdade que como presidente da câmara as ideias não eram brilhantes e infelizmente elas são levadas agora à pratica por outros. A ideia de colocarem no pavilhão do futuro um Casino é absolutamente inadmissível com tantas formas mais produtivas de aproveitar aquele espaço. O que impera aqui é só a lei do lucro imediato e da “estupidificação” das pessoas.
Porque não utilizar o pavilhão do futuro como centro de lazer que incluiria uma Biblioteca, um Centro de Animação Cultural com “ateliers” de pintura, desenho, teatro entre outros, para as pessoas e famílias que ao fim de semana aproveitam para irem à Expo. Um das grandes apostas para pensar em lucro neste país é a formação das pessoas a todos os níveis, porque são os espíritos críticos e mentes esclarecidas que permitem uma evolução social e económica mais sustentável.
domingo, agosto 01, 2004
Férias
As crianças, por sua vez, têm que evitar não deitar muita areia para cima do vizinho de praia. Senão vai haver chatices! Contudo, se deitarem também não faz mal, afinal estamos em férias e não nos queremos preocupar com isso. Depois de um dia bem passado ao sol em que tivemos que ouvir a discussões conjugais dos vizinhos de toalha, a criancinhas que nos atiram com a bola e os salpicos de água gelada dos banhista, as férias, são uma maravilha.
Regresso a casa, fila na casa de banho para tomar banho, e o marido que nunca mais chega com o frango assado! São férias e não apetece fazer jantar. Vai um frango de churrasco que as crianças até gostam. Depois do jantar nada como ir a uma esplanada cheia de gente em que mais uma vez o contacto com o vizinho de cadeira é muito próximo e a crianças pedem o terceiro gelado do dia. Só que, como estamos de férias e não nos queremos aborrecer, cedemos à chantagem afectiva das crianças. Finalmente as férias que são um motivo para a pessoa recuperar de um longo ano de trabalho acaba-se por aceitar coisas inaceitáveis tudo em nome de umas férias.
quinta-feira, julho 29, 2004
É a prevenção, estúpido!
terça-feira, julho 27, 2004
Erros Incompreensíveis
É incompreensível como é que uma área protegida como o Parque Natural da Serra da Arrábida não tenha acessos condignos, ou algum estrutura de prevenção e combate a fogos. Visto que é uma área protegida mais uma razão para se apostar na prevenção a dobrar. Só pode ser má gestão porque depois dos exemplos do ano passado, como o exemplo do Parque Natural do Marvão, deveria ter sido uma chamada de atenção para os outros Parques e Reservas Naturais e para o ICN – (Instituto da Conservação da Natureza) tomarem medidas.
O planeamento e concepção de planos de actuação em caso de incêndios é um elemento fundamental em termos de preservação ambiental. No entanto, ninguém do Parque Natural da Serra da Arrábida, do ICN ou mesmo da Câmara Municipal de Setúbal evocaram qualquer medida de prevenção pensada previamente para evitar tal catástrofe. Mais uma vez prefere-se remediar em vez de prevenir!
sábado, julho 24, 2004
Sinais
1. Como compreender que uma secretária de estado tenha mudado de um ministério para o outro a uma hora da tomada de posse? Não era suposto as pessoas serem escolhidos tendo em vista uma determinada função? Achei sintomático da formação deste governo, pois a ideia que fica é exactamente que primeiro se escolheram as pessoas, e depois lá se arranjaram e distribuiram as pastas.
2. Não me choca que se fale na possibilidade de baixar impostos, mas a ideia de baixar o IRS em detrimento do IRC... (sobre o assunto, subscrevo o que diz o Luciano Amaral)
3. Que dizer desta deslocalização dos orgãos do governo? É isto que se entende por descentralização?
sexta-feira, julho 23, 2004
Guitarra Portuguesa
A guitarra portuguesa é sem dúvida a nossa voz por esse mundo fora. Ela toca e fala em bom português em nome dos portugueses e de Portugal.O som da música de Carlos Paredes entra nas entranhas eleva o que de mais lusitano existe em nós. Oiçam garanto que é pura magia.
quinta-feira, julho 22, 2004
Amizades,
As Amizades do tipo vertical todos são “amigos” (não verdadeiro sentido da palavra) independentemente de termos coisas em comum ou não. Guardamos estes amigos porque são amigos de infância, embora já pouco ou nada tenham haver connosco. Neste tipo de amizade hierarquizamos o grau de importância que as pessoas têm para nós, aqui para além da distinção, dos amigos das conversas de café, dos amigos só para as noitadas, dos amigos íntimos.Neste tipo de amizade existe uma preferência por alguns deles, assim como uma maior ou menor proximidade, neste caso, os amigos não são todos íntimos, porque assim não o desejamos.
Consoante a fase da nossa vida optamos por um tipo de amizades ou por outro e por vezes até fazemos uma mistura das duas formas de Amizades. No entanto, o tempo faz com que sejamos mais selectivos. As amizades são relacionamentos que também se desgastam quando não existe um evoluir de parte a parte, não se cultiva a amizade ou quando os nossos interesses mudam, então optamos por novos amigos e um novo ciclo relacional e pessoal desenvolve-se.
quarta-feira, julho 21, 2004
Cada macaco no seu galho!
Tenho para mim que as agressões e violências desnecessárias provocadas aos animais não podem passar indiferentes a uma sociedade que se considere civilizada. Por isso, aqui há uns tempos, e a propósito de uma campanha sobre o transporte de animais em que a LPDA (Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais) estava envolvida, resolvi fazer-me sócio. Lá fui eu ao Google procurar o site, e quando o encontro qual não foi o meu espanto ao ver que nele se convocavam os sócios da LPDA para participarem no cortejo, que então se ía realizar, contra a globalização.
Além me sabe explicar o que a luta contra a globalização tem a ver com a defesa dos direitos dos animais? Se sim, agradeço que expliquem... como não consegui compreender, e com muita pena, cheguei à conclusão que o melhor era não me fazer sócio.
Outro tema em que todos deviam estar mais envolvidos do que se encontram: A defesa do ambiente e o respeito pelo ordenamento do território, onde ele ainda exista minimamente. Estou a pensar no exemplo na zona da Costa Vicentina, que é apenas o caso que melhor conheço. E sim, lá foi o bom do Pedro inscrever-se na LPN (Liga para a Protecção da Natureza). Hoje, estou a ver o jornal da SIC, e aparece-me o presidente da LPN a pedir a demissão do ainda quase nem empossado Ministro do Ambiente por este ter ligações a empresas no sector...
Até me parece que a escolha de Luís Nobre Guedes para o ambiente foi um pouco à pressão, e compreendo a crítica dos ecologistas de até agora nada se conhecer ou ter ouvido dele sobre o sector. Mas um ministro não poder ser ministro por já ter estado envolvido no sector que vai tutelar...? Que o PEV venha com esta conversa a gente percebe, uma associação ecologista é que não tanto.
Se, ao pé dos EUA, as sociedades europeias não são propriamente um exemplo de dinamismo e participação, que dizer da sociedade portuguesa? Mesmo quando se fala em sociedade civil, quantas vezes não estamos a falar associações ou organizações que se dizem provenientes da sociedade civil e, em tantos casos, só o são supostamente. A regra, infelizmente, é serem satélites de partidos e interesses políticos, que nada têm a ver com o seu anunciado objecto de actuação.
E atenção que isto não tem nada a ver com a opinião que cada um tem, pode e deve ter sobre os mais diversos assuntos, mas apenas com a legitimidade de usar associações que proclamam determinados objectivos, para perseguir outros. Quando se faz isto, apenas se está a comprometer e prejudicar a causa. Aquilo que se pensa e pretende deve ser defendido às claras e sem subterfúgios, e muito menos devirtuando outras lutas que não são menores, menos urgentes ou importantes. Cada macaco no seu galho!
Sistema de Comentários - Em fase de teste
terça-feira, julho 20, 2004
Media - Bons hábitos
O que esperam os nossos media para seguir estes exemplos de transparência e clareza? Parece que em Portugal (como no resto da Europa) os jornalistas e meios de comunicação social preferem continuar a defender os seus pontos de vista, legítimos mas subjectivos, sob a capa da "imparcialidade" e "objectividade" jornalística. Os que são realmente válidos, não precisam de falsas capas para vingar ou ser ouvidos.
Neo- Rurais,
Os autóctones por sua vez acham estranho, como é que citadinos decidem ir viver sazonalmente para a sua “terra”, quando eles já poucos encantos lhe vêem a não ser o facto de ser a terra dos seus avós, pais e é onde sempre viveram. Aqui duas perspectivas contrárias se encontram, os que por terem deixado o campo e foram para a cidade (re)descobrem o encanto do viver na pacatez do meio rural.Por outro lado, existem os aldeões desiludidos com a vida do campo, porque a agricultura já não dá “nada”, como eles dizem.
Então a aldeia é apropriada pelos neo-rurais. E esta passa a ser uma micro sociedade de citadinos a (re)inventar o espaço rural, a autenticidade e a natureza e por outro temos os locais que passam a ser vendedores de tradições e de preservação dos espaços.
domingo, julho 18, 2004
sexta-feira, julho 16, 2004
Inqualificável
quarta-feira, julho 14, 2004
A diferença que faz ser do BE
Eu não quero imaginar o que seria o Paulo Portas fazer um comentário destes sobre o Presidente caso a decisão fosse a contrária...
Bem ou mal (eu pessoalmente penso que bem) Sampaio decidiu aquilo que entendeu melhor defender os interesses do país. Acima de tudo, decidiu em coerência com o que sempre havia advogado neste tipo de situações, e convinha que muitos dos que o apoiaram e agora se dizem traídos não se esquecessem disso.
segunda-feira, julho 12, 2004
Viver entre dois Mundos,
É viver com a mais valia de ter duas culturas, duas formas de estar na vida, mas por vezes sentir-se dividido. No fundo nunca se consegue escolher, vive-se “cozinhando” um pouco das duas culturas. E não somos totalmente uma coisa, nem totalmente outra, trata-se sim de um mistura especial das duas! Provavelmente, é isso que faz com que nos sintamos diferentes e nunca totalmente preenchidos quer num contexto quer noutro, porque nos falta sempre algo.
sábado, julho 10, 2004
Continuidade!
Embora, não sendo da tendência política deste governo, não posso deixar de lembrar que o maior partido da oposição a cada contrariedade foge dos seus compromissos, demitindo-se. Portugal precisa de homens corajosos e determinados para enfrentar a actual situação económica e não deixar as coisas a meio.
quinta-feira, julho 08, 2004
Já se faz tempo
Sampaio também não deve procurar condicionar ou imiscuir-se na formação do governo, por isso implicar uma co-responsabilização que não cabe nas suas funções.
Já se faz tempo é de decidir!
segunda-feira, julho 05, 2004
Adeus Sofia!
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.”
Sofia de Mello Breyner Andresen “MAR” Poesia, editorial Caminho.
É com um profundo sentimento de respeito e de admiração que presto aqui a minha homenagem à Poetisa e Mulher, Sofia de Mello Breyner Andresen. E para isso nada melhor do que citar um dos poemas da sua Obra fantástica e inestimável!
sexta-feira, julho 02, 2004
Eleições antecipadas
Infelizmente, as coisas não são assim, e não é linear que o simples facto de se garantir no parlamento uma maioria de apoio a um novo governo resolva o problema da sua legitimidade. Não é correcto, por exemplo, que se compare a saída de Durão Barroso com a da Margaret Thatcher. Este é o grande problema e fraqueza de quem preferiria não ter eleições antecipadas.
2. Santana Lopes, para bem ou para mal, faz a diferença. Nesse sentido, o problema da legitimidade é agravado.
quinta-feira, julho 01, 2004
(Des)Apego
Hoje, em dia o que mais se vê, é relações de apego e muito pouco de amor. Pois, o amor implica o respeito pela diferença do outro, pela sua liberdade e por não estar preso à nada. O apego exige troca daquilo que damos, queremos que seja retribuído de igual maneira.
O desapego é uma forma de amor que não pede nada em troca, ele vem naturalmente, porque ele não prende ninguém, nem nada. O verdadeiro amor que é o desapego só ajuda a crescer as pessoas.
quarta-feira, junho 30, 2004
Ladrão de privacidade!
Pois, numa sociedade que promove o direito à privacidade e ao respeito pelo outro é incrível como se inventa tecnologia que expõe essa mesma intimidade e invade a dos outros. Enquanto, passamos por ilustres desconhecido nos nossos prédios, na maior parte das repartições públicas ou em qualquer outro local, graças a esse objecto maravilhoso o meu vizinho de autocarro pode ficar a saber se vou jantar fora, com quem e a que horas. Ele até pode ficar a saber o grau de intimidade que tenho com a pessoa com quem estou a falar, pela forma e pelo conteúdo da conversa.
Não é raro expormos a nossa vida em público. São exemplo disso discussões conjugais, amigas que contam o fim de semana com o tão desejado futuro namorado, ou mães que ligam para perguntar aos filho(a)s se faltaram às aulas…Muitas vezes não nos damos conta do ridículo, que é falar aos “gritoooohs” num lugar público ou na rua. Apesar destas situações contrangedoras não quero deixar de elogiar o mérito da sua existência e afinal cabe a cada utilizador ser responsável pelo tipo de conversa que tem.
segunda-feira, junho 28, 2004
No Acidental
Nem sempre o que parece é, e este governo é um desses casos. A principal desilusão é ver que o cinto de que tanto se fala não tem sido apertado como devia, mas apenas com medidas pontuais e que não resolvem o problema real das finanças. Quando se fala em aliviar o sacrificio, confesso que fico com algum receio pelo que aí vem.
Quem diria...
Deve haver eleições antecipadas? Hoje vota-se mais nas pessoas que nos partidos e, por isso mesmo, não é linear que se possa trocar de primeiro ministro sem mais nem menos. Tenho as minhas dúvidas sobre o assunto. Pessoalmente, prefiro que não hajam eleições por ter a certeza que daí nada de bom viria para o país. Depois do aparente esforço que se tem estado a fazer, este governo deveria poder concluir a legislatura que iniciou, e aí sim ser julgado pelos resultados.
E o senhor que se segue? Aparentemente vai ser o Santana Lopes, e ele continua com o dom de despertar paixões e ódios. Ir para Presidente da Républica foi das coisas mais disparatadas que já lhe passaram pela cabeça, mas vê-lo como primeiro-ministro não me faz grande confusão. Se não colocar em causa a ideia de rigor nas finanças, até tem boas condições para resolver o problema de comunicação que persegue este governo, e manter a coesão da coligação. Não nos faz mal nenhum ter alguém que saiba agitar as águas.
domingo, junho 27, 2004
quinta-feira, junho 24, 2004
Aborto (resposta)
Discutir o aborto trata-se, essencialmente, de estabelecer as fronteiras e os limites entre aquilo que são os direitos, os problemas e os dramas legítimos da mãe (e do pai, convém não esquecer), e os do feto. E eu simplesmente não acho razoável que a uma das parte seja dado livre arbitrío para decidir sobre a outra.
Que as mulheres sejam julgadas por ter feito abortos também me suscita algumas dúvidas, mas está longe de ser a questão para se decidir sobre a liberalização (ou não) do aborto.
quarta-feira, junho 23, 2004
Aborto!
Não sou a favor do aborto contrariamente aquilo que possam pensar. O aborto não pode, nem deve ser usado como meio de contracepção. E dúvido que existam mulheres que façam um aborto levianamente. A prática do aborto é uma questão que depende sobretudo da consciência de cada mulher. E tenho a certeza que nenhuma mulher faz um aborto por fazer, mas tem motivos muito sérios.
Não devemos condenar, nem julgar sem saber as razões mais íntimas para fazer um aborto. A gravidez pode ter surgido de uma relação não desejada ou de um encontro ocasional que não tinha futuro. E essas mulheres não têm que ser avaliadas, nem julgada pelas suas práticas sexuais, ou pelas decisões que tomam em relação à sua vida íntima. Quando assumem a criança muitas vezes ficam sozinhas sem apoios nenhuns, e não me venham as instituições próvida ou Estado dizer que apoiam essas mulheres, porque na prática a ajuda é muito reduzida ou fictícia.
Para, mim não pode haver pior condenação do que já sentir a culpabilidade de ter feito um aborto, quanto mais serem humilhadas face à opinião pública e aos tribunais.