quarta-feira, junho 30, 2004

Ladrão de privacidade!

Quem anda de transportes ou em qualquer outro lugar público sabe que existe um objecto de estimação inseparável que toca ou vibra constantemente. Esse objecto de estimação expõe a nossa vida e a dos outros, o que é paradoxal quando o que mais desejamos é o direito à privacidade. Penso que já devem saber à que objecto me refiro, trata-se do telemóvel.

Pois, numa sociedade que promove o direito à privacidade e ao respeito pelo outro é incrível como se inventa tecnologia que expõe essa mesma intimidade e invade a dos outros. Enquanto, passamos por ilustres desconhecido nos nossos prédios, na maior parte das repartições públicas ou em qualquer outro local, graças a esse objecto maravilhoso o meu vizinho de autocarro pode ficar a saber se vou jantar fora, com quem e a que horas. Ele até pode ficar a saber o grau de intimidade que tenho com a pessoa com quem estou a falar, pela forma e pelo conteúdo da conversa.

Não é raro expormos a nossa vida em público. São exemplo disso discussões conjugais, amigas que contam o fim de semana com o tão desejado futuro namorado, ou mães que ligam para perguntar aos filho(a)s se faltaram às aulas…Muitas vezes não nos damos conta do ridículo, que é falar aos “gritoooohs” num lugar público ou na rua. Apesar destas situações contrangedoras não quero deixar de elogiar o mérito da sua existência e afinal cabe a cada utilizador ser responsável pelo tipo de conversa que tem.

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