quarta-feira, março 31, 2004

Ensaios de um cego

Nunca li um livro de Saramago (não refiro isto por me orgulhar do facto), no entanto parto do príncipio que seja um escritor com qualidades. Por isso mesmo, e pela relevância que soube conquistar, é importante não deixar passar em branco muitas das coisas que anda por aí a dizer.

Vem com aquelas teorias super interessantes, acarinhadas por tantos intelectuais de esquerda, sobre a necessidade de educarmos a sociedade, usando esta maravilha de frase: "A educação pressupõe a existência de um educando e de um educador. Esta sociedade não tem condições para nos dar lições". Curiosidade: seremos nós dignos que esta alma iluminada dispenda um pouco do seu escasso tempo a livrar-nos do nosso estado de osbcuridão?

Esta atitude paternalista, tão típica de quem se arroga o direito de definir o que está bem ou mal, independentemente do que as pessoas e a sociedade que de facto existem possam pensar ou desejar, é a responsável por tantas e tantas barbáries que se cometeram no século que acabou de passar. Nós não somos mais que um obstáculo a ultrapassar para o verdadeiro objectivo - a sociedade ideal (?) - ser atingido.

Podemos pensar que Saramago é mais um utópico, inconformado, sonhador irredímivel. É uma perspectiva. Mas atenção, ainda existem sítios onde vale a pena viver. Ficamos mais descansados. Este senhor, que recusa a democracia e apela ao voto em branco, por alegadamente o sistema estar bloqueado e não funcionar, é o mesmo que de vez em quando faz umas viagens a Cuba e não poupa elogios para descrever o que encontra á sua volta. Outra curiosidade: qual é concretamente o aspecto na democracia que Saramago fazia questão de mudar? o pormenor da expressão da vontade através do voto?

O pior dos cegos, é aquele que se recusa a ver.

domingo, março 14, 2004

Parabens...

A data dos atentados não foi uma coincidência, nem é difícil deduzir qual seria a sua intenção. Castigar o Partido Popular espanhol, fazer a Espanha sair da "aventura" Iraque, fazer a europa isolar ainda mais os EUA. Se alguém merece os parabens pelo resultado das eleições em Espanha é, ninguém duvide, quem fez os atentados.

Faz algum sentido que, no dia de reflexão, tenham havido as manifestações que houveram á porta da sede do partido do governo, sem que isso implicasse o adiamento das eleições?

Independentemente de escolhas e gostos partidários, é revoltante, e uma perversidade, que um atentado terrorista, de tal modo barbaro como foram os de Madrid, consiga produzir exactamente a reacção que pretendia.

quinta-feira, março 11, 2004

Chegou á Europa

Agora aqui tenho uma senhora na SIC Notícias, a Drª Ana Gomes (quem havia de ser), a explicar o atentado em Espanha com a invasão do Iraque. Como antes um jornalista na SIC explicava como a culpa, ou quem vai ser culpado, é a política levada a cabo pelo governo PP. Como aqui em Portugal estamos habituados a ver o BE a defender os presos políticos da ETA e a "compreender" as suas causas.

Não existem terroristas criminosos e terroristas com causas, não existe terrorismo inaceitável e terrorismo compreensível. Existe terrorismo e existem terroristas, e ponto final.

Que o facto de a barbárie ter chegado á Europa sirva pelo menos para que estas verdades simples se percebam.

quarta-feira, março 03, 2004

Lisboa Viva - Sem comentários

O passe de metro em lisboa, para quem usufruia de desconto de cartão jovem (com o qual resolveram acabar), aumentou de 10,8 para 15 euros. Para os restantes utentes, de 12 para 15. Aumentos de apenas 39 e 25 por cento, respectivamente.

terça-feira, março 02, 2004

Genial... (?)

Que dizer das entrevistas que Avelino Ferreira Torres deu ontem nos telejornais a comentar o seu comentar no jogo do Marco de Canavezes? Não me lembro de rir assim ha uns tempos.