quinta-feira, setembro 30, 2004

Canal alternativo ou elitista?

Embora não seja uma grande apreciadora de televisão, sobretudo quando os canais nacionais têm a programação que têm! Existe um pequena excepção! Após as alterações decididas e feitas nos canais públicos pensei, que o único canal de televisão que não embrutece e nos leva a reflectir e exercita a nossa capacidade crítica, tivesse totalmente desaparecido. Tenho vindo a constatar através de alguns programas e também da sua programação, que esse mesmo canal apesar das alterações permanece com uma vertente essencialmente ligada à cultura e a erudição, o que sinceramente me agrada. Claro não é como dantes, mas mesmo assim…

Alguns dirão que um canal público de televisão não tem que ser para uma pequena minoria elitista de intelectuais de "esquerda", intelectuais no geral. Mas se não for o Estado à financiar e a apoiar uma cultura de erudição, mesmo que seja uma minoria, como é que essa cultura pode existir. Afinal está-se na era da defesa das minorias mesmo que seja em termos de gostos culturais!

A meu ver neste mesmo canal com uma vertente cultural ele permite dar a conhecer uma cultura alternativa que nenhum outro canal propõe, porque está à caça das audiências. Há quem diga que quem quer cultura paga-a! Discordo no sentido em que ao termos este canal dito alternativo e cultural também o acesso de uma cultural para elites chega ao Zé povinho e ele tem oportunidade de ver, conhecer e eventualmente aprender a gostar de uma forma de cultura que de outra forma não tem acesso e também porque desconhece. Para se mudar hábitos culturais tem que se lhe oferece outras alternativas e dar a conhecê-los através de um meio que chega directamente a casa das pessoas, e aí nada como um canal de televisão.

terça-feira, setembro 28, 2004

Democracia madeirense

Um presidente do Governo Regional vai, em plena campanha eleitoral, inaugurar um jardim público. Os antigos proprietários dos terrenos, por sinal ingleses, acham por bem aproveitar a cerimónia para protestar contra uma expropriação que consideram injusta e ilegal.

Resultado? Uma situação embaraçosa, diriam vocês. Mas não só, calma... convém lembrar que estamos a falar da Madeira. Aqui os problemas têm uma solução muito mais simples: a polícia agarra no casal que protestava, leva-o para a esquadra (suponho eu), e está o assunto resolvido. O presidente segue depois para o púlpito, no qual discursa contra a exploração desumana a que, noutros tempos, os ingleses sujeitavam os trabalhadores. (continua)

segunda-feira, setembro 27, 2004

Coisas que não se percebem

Dentro dos muitos exemplos que seria possível dar, o das corridas de carros impressiona-me particularmente. A polícia devia guardar algum do excesso de zelo que emprega para conseguir multar algumas das transgressões que muitas vezes não representam perigo algum, para acabar com este escândalo das corridas ilegais. Deixo aqui a pergunta pertinente do JPP:

"Como é que é possível haver muitas centenas de pessoas a assistir às corridas ilegais, em estradas que toda a gente sabe quais são, sem a polícia o impedir, prender os condutores, tirar-lhes a carta e os carros? Expliquem-me."

sábado, setembro 25, 2004

Esquerda "democrática"

No debate que houve a três, entre os candidatos a líder do PS, pude confirmar o que já aqui tinha comentado sobre a posição de Manuel Alegre e João Soares no que toca à necessidade de haver referendo para alterar a lei sobre o Aborto. Ainda assim, consegui ficar particularmente estupefacto com a intervenção do João Soares sobre o assunto. A descrição do problema merece ser referida; parece que a esquerda se deixou, ingenuamente, levar para o engano do referendo, que depois perdeu, e não poderia voltar a cair no mesmo erro de perguntar aos eleitores o que pensam sobre o assunto, prosseguindo depois pelo argumento de que o resultado do referendo não foi sequer vinculativo, por ter tido uma participação inferior a 50%.

E eu pergunto: nas eleições europeias, onde a participação foi bastante inferior aos tais 50%, passa pela cabeça de alguém usar esse argumento para pôr em causa a legítimidade democrática dos resultados e da distribuição de mandatos que daí adveio? E pergunto ainda: pode passar pela cabeça de alguém, independentemente de concordar ou não com a ideia de haver referendo sobre uma matéria como o aborto, que depois de um resultado e de uma vontade expressa pelo voto se faça exactamente o contrário sem nova consulta popular?

Isto é de puro bom senso e pudor democrático! Não paro de me espantar com o desdém que alguns arautos da esquerda e da "democracia" (não só na esquerda, como é evidente) demonstram pela vontade das pessoas comuns, expressa pelo voto, quando não vai de encontro ao que estes entendem como a "razão". Sendo esse o caso, nada mais natural que impôr a tal "razão", em proveito de um suposto bem comum para o qual eles, os iluminados, fazem o favor de nos encaminhar.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Refinaria da GALP

Um artigo interessante do Miguel Sousa Tavares, no Público de 6a passada. Não estou tão certo quanto ele sobre o Ministro do Ambiente ser algum tipo de exemplo perante os restantes, no que toca a servir convicções e não interesses. Mas é certo que parece haver uma certa inversão de valores quando, por uma vez, um inquérito parece surtir resultados e o ministro responsável é criticado por isso.

Não ouvi a conferência para poder comentar o tom mas, do que li nos jornais, não me parece que alguém tenha posto em causa a credibilidade das conclusões. Tendo em conta a sua gravidade, era sobre elas que o Ministro da Economia devia ter tido a preocupação de se pronunciar.

Clean up the World

No passado fim de semana várias associações ambientalistas marcaram esta acção mundial que no meu entender deve ser destacada! Pois, a Quercus, o Olho vivo entre outras associações espalhadas pelo país realizaram uma acção de sensibilização ambiental, através da limpeza de sítios naturais com relevância, tais como área protegida do Parque Natural de Sintra- Cascais. Pode até parecer uma coisa insignificante mais é aos poucos e pouco com iniciativas como esta, que se vão mudando as coisas e sobretudo as mentalidades!

sexta-feira, setembro 17, 2004

Taxas Moderadoras e Justiça Social

Em comentário ao post da Maria, gostava de voltar a dizer alguma coisa por me parecer que o tema vem um pouco no seguimento do que temos discutido sobre as propinas, e acho importante para se perceber alguns dos mitos e ideias erradas que se criou em Portugal sobre a suposta "preocupação" e "consciência social".

Resumiria o argumento exposto pela Maria da seguinte forma: O Sistema Nacional de Saúde (SNS) é um espelho das desigualdades que existem na sociedade. Como tem pouca qualidade na forma como presta os seus serviços, os ricos preferem aceder a serviços privados, e só os mais carenciados e sem alternativa é que a ele recorrem. Conclusão: As taxas moderadoras vão ter como único efeito prejudicar os mais carenciados.

1. Não vejo qualquer problema que os mais ricos não queiram usar o SNS. Cada um deve fazer aquilo que entender que mais lhe convém, e neste caso, como no da educação e de outros, a concorrência da iniciativa privada é um elemento saudável. Só é grave no sentido em que isso possa ser entendido como um sintoma de que o SNS não presta um serviço com qualidade considerada mínima ou razoável.

2. Tal como na questão das propinas, o justo é que quem tem rendimentos altos passe tendencialmente a pagar os serviços que lhe são prestados, e quem tem rendimentos baixos continue a não pagar, para que no fim haja capacidade do estado prestar serviços com maior qualidade aos seus cidadãos. Daqui não decorre que os mais necessitados sejam prejudicados, bem pelo contrário!

3. Existem, pelo menos, dois argumentos fortes contra esta ideia. Um é o facto de as declarações de IRS (utilizadas como base para determinar qual o rendimento dos cidadãos e, consequentemente, se devem pagar mais ou menos pelos serviços) infelizmente e como todos sabemos valerem o que valem. E outro é o eventual pesadelo burocrático que daí adviria.

Quanto ao primeiro o estado deveria tornar-se mais eficiente no controlo de rendimentos das pessoas. Mesmo que isso não aconteça (e bem sabemos como é provável), e apesar das muitas injustiças que se veriam, o certo é que os mais carenciados de certeza não passariam a pagar mais por isso e os mais abastados passariam tendencialmente a faze-lo. Quanto ao segundo ainda menos o sei avaliar, mas confesso que me causa algum receio.

4. Ainda assim, e tendo em conta a limitação de meios que existe, e existirá sempre, esta parece-me a solução racional para que o estado tenda a usar o seu orçamento e gerir os seus recursos de uma forma mais eficiente e socialmente mais justa.

Colocação de Professores

Recordo-me aqui há uns tempos de ouvir o Ministro da Educação dizer que não podia garantir que não voltariam a acontecer problemas na colocação de professores e com o início do próximo ano escolar. Pelo que temos visto parece que sabia do que falava.

Alguma coisa está muito errada quando ano após ano os problemas se sucedem de forma quase previsível, como se tratasse da coisa mais natural ou daquelas inevitabilidades sobre as quais não vela a pena queixarmo-nos muito, e sem que se mexa uma palha para os corrigir. Tem de haver um responsável e de se perceber o que é preciso mudar. O que não faz sentido é o que se tem feito, que é todos sabermos de antemão que para o ano tudo voltará a acontecer e nada se fazer sobre o assunto.

quarta-feira, setembro 15, 2004

Taxas moderadoras

A polémica das taxas moderadoras levanta a questão das desigualdades crescentes que se verificam na sociedade portuguesa.
Não é o princípio em sim do aumento das taxas moderadoras na saúde que me aborrece, se fosse para termos um atendimento mais eficaz e humanizado nos centros de saúde e hospitais públicos. O que na minha opinião vai acontecer é apesar dos aumentados tudo vai continuar na mesma. Com agravante de que os que realmente precisam do sistema público de saúde, porque são os que mais precisam por não fazem nenhum tipo de medicina preventiva por falta de conhecimento e de possibilidades económicas é que vão sentir na pele o aumento.

Não há sistema mais hierarquizado por classes sociais que o nosso sistema de saúde. Temos os reformados com baixas pensões, os desempregados e as famílias com poucos recursos que recorrem ao sistema público de saúde. E depois temos os funcionários públicos, ou de outras instituições corporativas, os bancários ou os professores que têm o seu próprio sistema de saúde e por fim temos os abastados que podem pagar os cuidados de saúde no privado e que para além disso fazem uma medicina preventiva.
De que servem os aumentos? É supostamente para que os mais ricos paguem pelos mais pobres só que os mais ricos já têm os seus próprios sistemas de saúde e raramente recorrem ao sistema público (isto é centro de saúde), só em casos excepcionais como as cirurgias é que recoorem aos hospitais púbicos.

sábado, setembro 11, 2004

Os estudantes

Já agora, e metendo-me um pouco na "conversa" entre o post anterior da Maria, e o comentário da Pop Zé, gostava de dar a minha opinião sobre o assunto.

1. Começando pelo fim, é evidente que as pessoas são hoje em dia bem menos ignorantes do que eram há 10, 20 ou 30 anos atrás. As formas de cultura mudam, mas é claro que neste momento o comum das pessoas tem agora mais conhecimento do que era normal em tempos passados.

No entanto, visto por graus de ensino, não se pode dizer o mesmo. Houve uma expansão brutal do sistema de ensino, em particular no secundário e superior, e a qualidade e a exigência tiveram de ceder à quantidade. É uma tendência que deve e tem de ser invertida, mas existe e é notória. É um desafio do nosso sistema de ensino, a que infelizmente a mentalidade portuguesa não ajuda.

2. É perfeitamente normal que os pais façam todo o esforço para criar os seus filhos da melhor forma, e isso inclui garantir que têm o apoio necessário para ter sucesso nos estudos. Como é natural que cada um se vista como quer e pode. Essa não é a questão. A questão é que aqueles que dão a cara pela luta contra as propinas (e já aqui tive oportunidade de dizer como acho que essa luta faz pouco sentido) são alunos para quem, com poucas excepções, o aumento das propinas para o seu dobro ou o seu triplo não faz qualquer diferença assinalável.

3. E o que dizer sobre a representatividade dos alegados "representantes" dos alunos, que tanto vivem esta luta? As aspas não estão aqui por acaso. Vai fazer dois anos que deixei de ser aluno, e sei muito bem como funcionam as eleições e as associações de estudantes das universidades, e o quão pouco eles representam.

Quanto à sua apaixonada luta contra as propinas, o percurso académico da maior parte destes senhores é por si só suficiente para demonstrar o quanto valem os limitados argumentos que usam. A culpa de chegarem à liderança das associações é também dos alunos que não participam? Em parte será. Mas que estas lutas são em grande parte estranhas ao comum dos alunos, não tenho qualquer dúvida.

4. Temos a constituição que temos, e resta-nos o consolo de saber que já foi bem pior. A verdadeira justiça é a de garantir que ninguém, com o devido mérito e vontade, deixe de poder aceder ao ensino obrigatório ou à universidade por falta de condições económicas. Isso faz-se não só isentando de propinas os mais necessitados, mas apoiando-os verdadeiramente, com uma acção social realmente efectiva.

Justiça social não é, certamente, subsidiar o estudo dos ricos com propinas meramente simbólicas e através de impostos pagos por todos, inclusivé pelos mais pobres e necessitados, cujos filhos só muito raramente chegam à universidade, e muitos nem o ensino obrigatório concluem.

sexta-feira, setembro 10, 2004

Ser estudante hoje

O inicio do novo ano lectivo suscita algumas reflexões sobre o que é ser estudante nos tempos actuais em Portugal. A ideia de escrever este post veio depois de ler um artigo de Clara Ferreira Alves da revista do Expresso do fim de semana passado. Um artigo muito pertinente. Quero só citar esta passagem muito significativa. " Só ouvimos falar em estudantes quando um grupo de fedelhos sem causas maiores anda por aí com cartazes e jeans de marca registada a clamar não ter dinheiro para as propinas, tentando que a gente trabalhadora os leve a sério. No meu tempo, à porta universidade não tinha um carro e contavam-se pelos dedos os meninos que andavam de carrinho." Clara Ferreira Alves

Concordo plenamente com o que ela diz só quero acrescentar que em grande parte os pais são também os responsáveis por esta situação. Em primeiro lugar só facilitam a vida a sua progenitura, mesmo que para isso tenham que trabalhar noite e dia. Para que o seu "orgulho de estudante", possa usar a camisa da Gant, os sapatos vela…e deixando de citar tudo o que homogeneiza todos esses estudantes. Quanto ao nível cultura esse esta cada vez mais baixo. Pior é que quando existe um grupo de estudantes que se distingue pelo seu brilho intelectual é tratado de "o grupo dos cromos".

quarta-feira, setembro 08, 2004

Legalização dos imigrantes

Com a visita do nosso Primeiro Ministro ao Brasil está na agenda política a situação da legalização dos imigrantes brasileiros em Portugal. A legalização dos estrangeiros a residir em Portugal não tem que ser feita em função da proximidade ou não das nações. Há que ter critérios de igualdade de oportunidades para todos os imigrantes, tendo em conta determinados requezitos. Não devemos só dar um cartão de residente! Para integrar é preciso dar a conhecer a nossa língua, cultura, hábitos e costumes.

Por isso, sou de opinião que o cartão de residente só deve ser atribuído a todos os imigrantes independentemente da sua nacionalidade ou credo religioso, depois de um acordo contratual entre o imigrante e o SEF ou outra instituição. Este contrato estabeleceria o compromisso dos estrangeiros residentes no nosso pais de aprender um mínimo da nossa língua, mas também o de conhecer os seus direitos e deveres na sociedade portuguesa.

A "esquerda" no seu melhor

Ouvi na TSF que, num debate entre os 3 candidatos à liderança do PS, só José Socrates defendeu a realização de um referendo para mudar a lei do Aborto. É curioso os arautos da verdadeira esquerda, donos e senhores da legitimidade e boas práticas democráticas, acharem perfeitamente natural que uma lei depois de ser recusada em referendo possa ser imposta em parlamento.

É muito discutível que uma matéria como o Aborto seja decidida por referendo. Mas, depois de uma alteração ser chumbada pelo voto directo dos cidadãos, parece-me evidente que esse chumbo só poderá ser revogado mesmo voto directo.

Ingenuidade e Hipocrisia

Por ser um problema complicado, por mexer com valores e príncipios fundamentais, o Aborto é daqueles temas que exaltam os ânimos e em que um e outro lado do debate mais se tornam cegos pela "ideologia". Não sei se por isso, ou por causa disso (provavelmente por um misto das duas), é dos temas mais fortemente instrumentalizado no debate político

A prpósito da ingenuidade de alguns, e a hipocrisia de outros, este post do Mar Salgado vale a pena ser lido (Tomo a liberdade de o transcrever):

"DAR UTILIDADE ÀS COISAS: A traineira ao largo da Figueira da Foz, se estivesse realmente interessada na saúde das pessoas, bem que podia ir aproveitando o tempo e as magníficas condições clínicas do contentor amarrado com cabos amarelos para umas operações ao apêndice ou às amígdalas, distribuição de aspirinas e curativos simples. Há que não deitar fora uma ideia genial e seria muito mais produtivo que este barco andasse pelos mares fora a curar efectivamente doentes e a auxiliar os diversos serviços de saúde dos países mais carenciados. Sempre era mais útil.Quanto aos que generosamente têm andado a enviar mantimentos e bebidas para bordo, se querem verdadeiramente ajudar as mães carenciadas, recordo que há muitas que passam necessidades e mesmo fome para educar os seus filhos e que há inúmeros sítios onde se podem entregar mantimentos para lhes serem remetidos. Podem entregar também brinquedos, mesmo velhos, as crianças gostam de brinquedos."

segunda-feira, setembro 06, 2004

Ainda o Código da Vinci

Tive oportunidade de sugerir aqui há uns tempos, ao Filipe do Respublica, se não estaria interessado em fazer uma espécie de dissertação sobre um tema tão interessante quanto o abordado pelo Código da Vinci. Até ao momento o resultado são dois post (este e este) muito interessantes sobre o assunto, e que comprovam o Respublica como um blog a acompanhar.

Mostrar o que tem de ser mostrado

Na minha opinião boa parte do que a Maria diz sobre os meios de informação faz algum sentido, mas para casos como o da ponte de Entre os Rios, em que a cobertura noticiosa revelou uma falta de respeito lamentável pelo sofrimento vivido por aqueles pessoas. Estou-me a lembrar de algumas daquelas entrevistas descabidas a pessoas que tinham acabado de perder alguns seus próximos...

Não me parece que agora seja o caso quando lidamos com acontecimentos como o dos reféns na escola de Beslan, na Russia, ou outros do mesmo tipo que cada vez se revelam mais comuns. Não faria sentido que perante o drama e a tragédia do episódio, fosse outra notícia a abrir e ocupar os olhares dos media e do mundo. Nem estou a ver que toda essa atenção venha de algum tipo de manipulação ou conspiração por parte dos terroristas. Ela vem, antes de tudo, da importância e ameaça incontornável que este tipo de acontecimentos e actos representa para a nossa sociedade, e essa é essencial que fique clara aos olhos de todos nós.

Terrorismo televisivo

As imagens que indignaram, chocaram e apavoraram o mundo, chegaram até nós através dos meios de comunicação, e sobretuddo audiovisuais. Estes têm por legitimidade o direito de informar! Qual será a forma mais adequada?
É a de nos bombardearem com os acontecimentos de grande violência, para além daquilo que muitas vezes pensamos que o ser humana é capaz de fazer. Agora coloco uma questão será que não estão a "colaborar" com os terroristas? Quero eu dizer com isto que a repetição constante deste tipo de notícias e a forma por vezes sensacionalista como apresentam a informação, só vem criar um sentimento muito grande de terror e insegurança a nível planetário! E não será justamente isso que os terroristas querem! Semear o pânico e demonstrar que eles são capazes das piores atrocidades e nada melhor que publicitar esses actos através dos meios de comunicação mundiais. Para além de que este tipo de acto inqualificável pode dar ideias a outros.
Não estão os órgãos de comunicação a serem manipulados inconscientemente pelo poderio das organizações terroristas?