sábado, maio 29, 2004

Publicidade no feminino!

Basta ver só um pouco de televisão para reparar com algum espírito crítico a maneira como a mulher é utilizada na publicidade! Como está a chegar a época balnear nada como mostrar belos corpos, esbeltos, bronzeados. Fazendo, da mulher um simples objecto de embelezamento ou até objecto sexual exclusivo para “machos” cheios de carências. No outro extremo, temos a mulher que apenas serve como dona de casa, por vezes muito pouco feminina, gorda e sem qualquer cuidado pessoal, em que é apontada como sendo autoritária e castradora. Todas situações em que a mulher é alvo de pouco respeito.

A gravidade da situação é quando estes padrões, modelos transmitidos pela publicidade são interiorizados como sendo válidos. Então observamos que temos miúdas de 13 anos que se vestem e pintam já como mulheres e que só têm conversas fúteis, do tipo roupas, ou de saídas à noite, e em que as suas leituras se limitam à Margarida Rebelo Pinto (com todo o devido respeito) e livros cor-de-rosa. A questão aqui é que as mulheres estão a conquistar o mundo dos negócios, da política e até artístico e essas nunca ninguém às utiliza como modelos, referências no feminino.

sexta-feira, maio 28, 2004

Instabilidade Humana...

O ser humano vive numa insatisfação constante em relação ao que tem e onde vive, é óbvio de devemos ser ambiciosos, mas temos que saber apreciar o que temos a cada momento. Por exemplo é interessante inventaria os discursos das pessoas: " Se tivesse aquilo era mais feliz! Se vivesse noutro sítio era melhor! " Parece que o descontentamento é constante. Quando se tem o que sempre se desejou, afinal já não é bem como se pensava. No momento da obtenção do que se queria tanto, começa-se a pensar que afinal anteriormente, não era assim tão mau.

Uma das razões da instabilidade existencial do ser humana é a de idealizar as suas vivências, sem nunca apreciar o que tem naquele instante e o que vive a cada momento. Então permanece num vai e vem constante entre um passado saudoso e um futuro idealizado. A Questão é que nem sempre o homem é contemporâneo do seu espaço e do seu tempo.

Mais um favorito

Nunca falei aqui de futebol, em boa parte por não perceber grande coisa do assunto, mas com os acontecimentos mais recentes não resisto a citar o post do O Observador, que me tirou as palavras da boca:

"O Porto venceu, e bem, a Liga dos Campeões. Mereceu e daí os meus parabéns. Agora, ninguém me convence que o Mourinho é uma pessoa normal."

Ideias feitas

O Bruno aponta uma verdade muito interessante sobre a vida política portuguesa dos últimos cerca de 20/25 anos. A mania de chamar reaccionário (entre outras coisas) a tudo quanto não agrada, é o melhor exemplo das ideias feitas e mitos que a esquerda tanto gosta de cultivar, sem que tenham qualquer contacto com a realidade...

Tirando uma outra outra ideia mais libertária socialmente, existe partido mais conservador ou reaccionário, no seu verdadeiro sentido do termo, que é ser uma "força de bloqueio" ou avessa à mudança, que o PCP?

terça-feira, maio 25, 2004

Um Livro,

é um amigo, um companheiro que se transporta para todo o lado. Um livro leva a nossa imaginação para longe. Um momento passado com um livro é um tempo de evasão e de criação. Ao entrar na leitura de um livro empolgante esquece-se o tempo, o espaço e tudo o resto à nossa volta.

Um livro permite criar um diálogo entre o que se lê e as sensações que são provocadas pela leitura. É um acordar de emoções, sentimentos escondidos que faz com que o livro se torne algo de mais significativo que um simples acumular de folhas, frases ou palavras. É a maneira como ele nos toca no nosso íntimo, que faz dele um objecto especial e único.
Há que aproveitar a Feira de Livro para encontrar um ou vários companheiros de evasão!

segunda-feira, maio 24, 2004

Quem diria...

Custa-me a entender quem considera a história entediante, quando na verdade é fascinante em todos os sentidos. Ler e aprender História é das coisas mais enriquecedoras, nomeadamente no que toca a conhecer e compreender a natureza humana, e de como aquilo que somos não veio do céu, mas resulta em boa parte da sociedade e do meio no qual crescemos e nos formamos.

A este propósito, e entre muitos outros, houve um post no Roma Antiga que em particular achei interessante. Ao que parece, até algumas das coisas que nos parecem tão elementares e intrínsecas à nossa natureza, como o sentido de possessão (no sentido lato, e não no negativo que lhe costuma estar associado) sobre a pessoa com quem vivemos, são igualmente influenciadas pelo meio social. Quem diria que, em tempos, já foi comum a prática de os maridos cederem as suas mulheres para que algum amigo ou conhecido pudesse ter filhos com elas, e depois as receberem de volta?

quinta-feira, maio 20, 2004

Nivelar por baixo

O telejornal da SIC abriu com uma notícia tipica da mentalidade portuguesa: O novo Director Geral dos Impostos vai ganhar cerca 25 mil euros.

So what? Não percebo esta obcessão nacional de nivelar as coisas por baixo. Qual é o drama de o estado pagar 25 mil euros por mês a um Director? Não é suposto a administração pública ter pessoas com qualidade, entre os melhores? E não é sabido que essas pessoas ganham fortunas no sector privado?

A mim preocupa-me se ele vale essa remuneração, e se o vai comprovar pelo seu desempenho. Mas não vejo razão para se sentir revolta com o simples facto de o estado poder pagar muito bem a alguns que, supostamente, são muito bons. É mesquinho, e pior que isso, é errado, pensar que por esses ganharem bem, os restantes vão passar a ganhar pior. Antes pelo contrário. Talvez a explicação esteja mais na mediocridade geral.

terça-feira, maio 18, 2004

A Diferença!

A diferença assusta e perturba aqueles que convivem com ela. A diferença marginaliza e faz sofrer os que são diferentes e querem assumir essa diferença. A diferença enriquece os que vivem com ela, e os que a cultivam. A diferença permite abrir horizontes aos que não se destacam pela sua diferença, ou singularidade.

Contudo, a diferença é por vezes escondida por medo do outro, por receio dos preconceitos e porque queremos ser como “todos”, sem o “ser” totalmente. A Diferença permite uma maior individualização pessoal, quando tudo nós quer uniformizar. Aceitar a diferença e integrá-la ajuda a todos a crescer enquanto indivíduos esclarecidos.

quarta-feira, maio 12, 2004

Dirigentes associativos

A propósito do que aqui falei em tempos sobre os dirigentes estudantis, e o problema de ser muito duvidosa a sua verdadeira representatividade, vale a pena visitar o Cadernos Minhotos e ler "A farsa eleitoral" (não consegui fazer link directo ao post).

Neste momento, o movimento associativo estudantil não é mais que uma montra para as vedetas de cada universidade se passearem. As minhas desculpas às muitas excepções que devem existir, e eu conheço algumas, mas esta é a regra. E só por mero acaso algumas das causas defendidas representam de facto os anseios do aluno "comum". Aliás, os mais voluntaristas estão por regra, e infelizmente, manietados por juventudes partidárias ou a prossecução de objectivos ideológicos, em geral de esquerda, que pouco têm a ver com os seus cargos.

Este aluno "comum" já de si tem alguma culpa no estado das coisas, por assumir uma postura e atitude de se estar nas tintas para o que o rodeia, sejam lutas de estudantes, política, sociedade, ou seja lá o que for que exija minimo esforço intelectual ou vá para além de enunciar umas quantas frases feitas e verdades adquiridas. Depois, olha para os dirigentes estudantis e fica ainda menos motivado a participar na vida associativa das universidades. Nem tão pouco consegue evitar sentir que afinal a sua atitude até se justifica.

Sou um pouco céptico e tenho dúvidas sobre se as soluções propostas pelo Filipe serão eficazes, mas o certo é que este não é um problema menor. Resumindo: Uma parte importante da sociedade tem dificuldade em ver os seus anseios representados e defendidos (quanto mais respondidos) e, ainda assim, está longe de se preocupar com isso.

terça-feira, maio 11, 2004

Argumentos!

É surpreendente como o poder de argumentação e de convicção com que algumas pessoas defendem as suas posições pode abalar as crenças e a ideologias mais profundas de outras!!!

segunda-feira, maio 10, 2004

Não é só dar por dar...

A iniciativa do Banco Alimentar contra a fome este fim de semana é de louvar e de apoiar. Contudo, este tipo de ajuda é pontual e é apenas ou deveria ser uma ajuda de emergência, que por vezes se torna numa rotina para alguns beneficiários. Quando isso acontece podemos estar a criar situações de dependências face às ajudas sociais.

Não é o dar alimentos uma vez por mês que vai quebrar o ciclo de pobreza, ajuda só matar um pouco mais a fome. O importante neste tipo de iniciativas é ir para além de uma simples urgência é dar instrumentos às pessoas que vivem em situações de precaridade de saírem dessa situação. Como diz provérbio chinês “ Não se dá um peixe a quem tem fome, mas ensinamo-lo a pescar”.

Deus nos livre

Dias Loureiro quer transformar Portugal numa "imensa Madeira".

quinta-feira, maio 06, 2004

Falsa Liberalização

A propósito do anunciado protesto dos revendedores de combustíveis, e a acusação de haver concertação de preços por parte das empresas petrolíferas que dominam o mercado,
basta dar umas voltas por Espanha e comparar. Num espaço de 100 kms encontramos diferenças que podem chegar a perto de 10 cêntimos. Aqui, nem por região nem por marca, é tudo corrido ao mesmo.

É uma pena que em Portugal não haja tradição de intervenção para garantir a concorrência, como no caso dos EUA. Fosse um empresa sem qualquer viabilidade a fechar as portas, e estavam todos a clamar pela mão do estado. A verdade é que o bem comum é defendido quando o estado intervem no primeiro caso, como regulador, e o mesmo é duvidoso no segundo. Afinal, onde está ele quando é preciso?

terça-feira, maio 04, 2004

Na Terra dos Dr.’S

É notório verificar a necessidade de certas pessoas com formação “superior” (licenciatura) afirmarem-se perante as outras impondo que as tratem por Sr. Doutor(a). Só têm realmente título de doutor os médicos e as pessoas que sejam possuidoras de um doutoramento. As outras apenas são licenciadas em diferentes áreas.

A necessidade de serem apelidadas de doutor(a) não é para se darem ao respeito, mas é antes uma forma de afirmação pessoal! Dado que, pelos vistos essas pessoas parecem não ter mais nenhuma forma de existir socialmente que pelo seu estatuto académico. Sim, já não falo profissional, porque hoje em dia ter um “Dr” não é sinónimo de um alto cargo profissional.

Alguns “Drista” só vivem em função da sua posição social. Em termos de identidade pessoal, isto é, as qualidades pessoas intrínsecas, independentemente do diploma que se tem ou da profissão que se exerce, não são valorizadas ou são inexistentes. Aquilo a que me estou a referir em termos de qualidades intrínsecas, é uma marca pessoal, como uma paixão por determinado desporto, ou porque são coleccionadores..., ou seja, elementos que faz com que por e simplesmente a pessoa se defina por ser, “o João”, a “Silvia”, o “Paulo”, a “Marta”…., porque sabem que existe para além do seu diploma ou da sua profissão.

Pudor

Os telejornais de hoje, como seria de esperar, são um bombardear de reportagens e imagens do levantamento da prisão preventiva ao Carlos Cruz. O que me deixa estupefacto nem é os jornalistas, quais abutres, a seguir o carro até o homem chegar a casa. Não, isso não é nada se comparado com o absurdo de seguidamente termos a mulher e a ex-mulher a falar ao telefone com o jornalista da SIC, e a relatar a entrada em casa, o reencontro com as filhas e as pessoas mais queridas, o seu comportamento ao pormenor. Enfim, coisas que eu (ingenuamente, ao que parece) vejo como um momento pessoal e íntimo do Carlos Cruz, e que não faz qualquer sentido chegarem a público, e com certeza ainda menos sob esta forma que de tão forçada faz até perder o significado daquilo que querem descrever.

Se não existe o mais mínimo pudor por parte dos visados, como se pode esperar que ele surja da parte da comunicação social?

domingo, maio 02, 2004

Política e Futebol

Ao surgirem a público as acusações de favorecimento do Futebol Clube do Porto por parte do antigo presidente da camara do Porto, não posso deixar de sorrir... afinal, até é compreensível que o Pinto da Costa se dê tão mal com o Rui Rio. Vendo bem as coisas, estando no lugar dele, até eu votava PS para a câmara do Porto.

Nojento

Quem não fica chocado ao ver as imagens do tratamento dado a prisioneiros iraquianos? Custa compreender que alguém tire prazer de fazer aquelas barbaridades e ainda fazer questão de as registar em foto.

Os EUA e o Reino Unido devem castigar os responsáveis pelos abusos de prisioneros iraquianos, da mesma forma que o devem ser os atropelos aos direitos dos cidadãos em algumas esquadras da polícia em Portugal. A grande distinção da conduta de uma democracia perante a guerra, e o tratamente prestado aos seus "inimigos", não é a inexistência de abusos. A diferença é que estes ocorrem à margem da lei e, supostamente, são punidos quando denunciados. Eles não são é a forma de conduta que se espera dos militares, e é por isso mesmo que o castigo deve ser exemplar.

Lucro imediato

Ao passear pela Baixa de Lisboa fiquei indignada com o preço dos simples postais ilustrados da cidade. Alguns deles diga-se de passagem não tinham qualquer qualidade estética. Pois, para minha grande surpresa os banais postais para turistas em busca de “souvenirs” são 18 a 30 cêntimos mais caros do que os postais em Paris.

Este simples exemplo de aproveitamento do comércio tradicional mostra a cultura da economia do “imediatismo” em que só se pensa no lucro instantâneo que um evento como o Euro 2004 pode trazer. Infelizmente este esquema de pensamento também se verifica noutras áreas como agricultura, indústria…, em que só se pensa no agora, no lucro máximo e não se pensa, nem se investe a médio, longo prazo.