terça-feira, maio 04, 2004

Pudor

Os telejornais de hoje, como seria de esperar, são um bombardear de reportagens e imagens do levantamento da prisão preventiva ao Carlos Cruz. O que me deixa estupefacto nem é os jornalistas, quais abutres, a seguir o carro até o homem chegar a casa. Não, isso não é nada se comparado com o absurdo de seguidamente termos a mulher e a ex-mulher a falar ao telefone com o jornalista da SIC, e a relatar a entrada em casa, o reencontro com as filhas e as pessoas mais queridas, o seu comportamento ao pormenor. Enfim, coisas que eu (ingenuamente, ao que parece) vejo como um momento pessoal e íntimo do Carlos Cruz, e que não faz qualquer sentido chegarem a público, e com certeza ainda menos sob esta forma que de tão forçada faz até perder o significado daquilo que querem descrever.

Se não existe o mais mínimo pudor por parte dos visados, como se pode esperar que ele surja da parte da comunicação social?

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