quarta-feira, outubro 27, 2004

No Respublica

...vale a pena ler o post 1, 2 e 3 a propósito do caso Buttiglione, e de como o politicamente correcto, a propalada "open-mindness" e o progressismo encapotam uma intolerância gritante. Aliás, é curioso verificar como hoje em dia tantas e tantas vezes as posições chamadas liberais expressam uma intolerância ainda maior que as posições mais conservadoras relativamente aos "outros" comportamentos, principios e formas de estar na vida.

domingo, outubro 24, 2004

Novos fenómenos turísticos

É a segunda vez que num curto espaço de tempo dois fenómenos “artístico-literários” têm um impacto na procura turística de Paris. Eu estou a falar em primeiro lugar do filme “Amélie Poulain” que de recorde de bilheteiras mundial passou a ser um motivo para visitar Paris, para fazer o percurso da vida da personagem principal do filme: “Amélie”.

Estes novos tipos de turistas não dispensam uma ida a Montmatre, ao Café onde a heroina trabalhava, e sobretudo não dispensam trazer um “souvenir”, isto é a colher de café que usurpam ao proprietário do mesmo! Os turistas apreciadores e amantes do filme de Amélie passaram a ir a este ilustre desconhecido café de Paris que depois do filme de “Amélie Poulain” passou a ser conhecido como o café de “Amélie”.

O segundo fenómeno mais recente é o do livro “o Código da Vinci” que em parte se passa em Paris, e tem agora um impacto no tipo de turistas que procuram os locais indicados no livro e pretendem reviver o romance. Assim, o Louvre tem hoje visitas guiadas em que o (a) guia anda com O do Código da Vinci na mão e em determinados momentos se lêem passagens do livro. O Código da Vinci teve outro impacto que não só no Louvre, a igreja de Saint Suplice que outrora visitada por alguns turistas hoje encontra-se invadida pelos aficcionados do Código.

Agora, o padre responsável de Saint Suplice é que já não acha tanta piada e viu-se obrigada perante tal corrupio a escrever em grande em todos os locais visíveis, aqui não houve nenhum assassinato. É no mínimo engraçado como um romance de ficção ou um filme podem mexer tanto com a curiosidade e interesse das pessoas.

sexta-feira, outubro 22, 2004

Espaços de "viajantes"

A viagem do Pedro fez-me lembrar que há locais, lugares públicos, onde me sinto bem e me fascinam. São espaços onde a nossa imaginação e criatividade cruza o olhar distraído, atrapalhado ou apressado de um turista, homem de negócios, (e)imigrante...
Estes locais que se situam num determinado sítio, país, região são pontes transitórias para outros destinos. Um pessoa quando está lá já sente que a sua mente começa a viajar, porque existe o desejo, o projecto concreto de uma viagem imediata ou o regresso de uma ou por e simplesmente a imaginação nos transporta para lugares longínquos dos destinos apresentados por paneis lumiosos e uma voz a anúciar a partida e chegada de destinos alguras numa parte do globo.
Estes locais de encontros, desencontros, de separações temporárias e regressos trazem emoções de felicidade, entusiasmo, ou tristeza. Já passei grandes momentos nestes locais que me apaixonam. Estes locais são os Aeroportos e Estações de comboio de longo curso. Os espaços "viajantes" são uma viagem imaginária de cruzar culturas e destinos.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Até já

Vou fazer umas férias de blog até dia 27, e conto escrever depois sobre as minhas impressões de Londres. Até já!

quinta-feira, outubro 14, 2004

terça-feira, outubro 12, 2004

Nuvens negras

Todos nós encontramos no nosso quotidiano pessoas negativas que passam o dia, os meses, os anos, ou seja, a vida toda a dizer mal da sua própria vida. Estas personagens têm sempre algo de errado. Essa situação verifica-se porque os outros lhe estragam a vida. Os outros e o exterior são também responsáveis pelo facto de se sentirem tristes, mal amados, doentes. E sabem porquê? Porque a mulher ou o marido não o compreende, aliás os filhos também não, o patrão só o explora, o país vai mal e então nessas nuvens negras encontram todas as justificações do mundo para serem o menos optimistas possível. É uma lenga-lenga de lamúrias de deixar o ouvinte completamente de rastos e zangado com a vida ao ouvir esta nuvem negra.

Quando avistamos a nuvem negra, ao longe, tentamos esquivar-nos. Se damos de caras com ela pensamos para os nossos botões, já me vai desenrolar o rosário de problemas. Então desligamos e fazemos de conta que estamos a ouvir e acenamos com a cabeça ou concordamos com tudo para encurtar a conversa.

É óbvio que todos temos problemas e que nem sempre as coisas são fáceis, agora as pessoas do tipo nuvem negra esquecem-se que não são as únicas a ter problemas e vitimizam-se. Pois, cada um é responsável pela sua forma de viver e estar na vida. Existem aqueles que só pensam nos problemas aumentando-os e temos os outros que tentam não pensar muito e deixar que as coisas se vão resolvendo sem fazer drama. É a nossa maneira de pensar a vida e de a encarrar que faz com que sejamos mais ou menos optimistas e sem dúvida mais agradáveis para quem convive connosco.

sábado, outubro 09, 2004

Estupefacção

A minha reacção no que toca ao caso Marcelo varia entre a estupefacção e a incredulidade. Como é possível tudo isto se estar a passar? Não é apenas a tentativa de censura em si mesma, mas a forma óbvia e despudorada como está a ser levada a cabo que nos devia chocar a todos.

Um ministro resolve tecer as considerações que teceu sobre as opiniões emitidas por um comentador, sobre o facto de esse comentador ter o espaço e as condições que tem para as emitir, e remata apelando à intervenção da Alta Autoridade para a Comunicação Social para resolver o assunto. O comentador diz que a resposta segue no seu comentário do próximo domingo. Mas, entretanto, o director do grupo que detem a cadeia de televisão em que esse espaço de comentário tem lugar convoca-o para uma reunião, e o comentador anuncia que os seus comentários terminaram.

Este é o relato factual da cadeia de acontecimentos e parece-me que se pode concluir, pelo menos, o seguinte: Não foi por iniciativa de Marcelo que os seus comentários cessaram. Logo, é evidente que houve "algo" nessa reunião que o levou a tomar essa decisão, e é ainda evidente que a esse "algo" não foi indiferente o facto de o ministro ter feito as declarações que fez.

O jornais comentam que os accionista do Grupo Media Capital vinham a sentir-se incomodados com o facto de os comentários de Marcelo na TVI poderem prejudicar oportunidades de negócio para o grupo. Como se não fosse suficiente, vem-se a saber (vale a pena ler o quem escrito o Abrupto e outros sobre o assunto) que o governo encetou contactos com outros países na UE para verificar se, nos respectivos países, havia programas de televisão em que um comentador com perfil político fazia análise à vida política interna sem ser sujeito a contraditório (meu deus, será que isto é de gente normal?), informação que o ministro vem depois usar como argumento. Para terminar, parece que Santana Lopes já havia assumido perante o PSD a intenção de intervir na Comunicação Social.

Algo de muito errado se está a passar...

quarta-feira, outubro 06, 2004

O PCP - "Monarquia" disfarçada de "Democracia"

É curioso que um partido político como o PCP que tem por pedra de toque a liberdade, a democracia e a igualdade não tem essa preocupação, dentro da sua própria estrutura interna, mais parece funcionar como uma monarquia, do que uma democracia.

Quando os militantes de base ou os militantes em geral sejam eles da ala mais conservadora ou renovadora não têm direito de se pronunciar quanto ao futuro do partido para mim isso é uma castração à liberdade. É que neste partido a sucessão efectua-se como se de uma monarquia se trata-se em que alguns notáveis do partido e o secretário cessante escolhem o sucessor ao "trono" sem que se oiça a voz do povo. Aqui a boa democracia que permite a cada um de forma livre decidir quem gostaria ver à frente do partido, é esquecida!

Apregoa-se a Democracia para os outros e para fora do partido, mas dentro da própria casa exerce-se uma monarquia ideológica, basta lembrar o afastamento de alguns comunistas mais renovadores do partido, só porque as suas ideias não agradavam ao secretário geral e aos mais conservadores. Mas que democracia partidária é esta onde não se respeitam as várias opiniões dentro do mesmo partido. De algum modo este post vai de encontro com as ideias defendidas pelo Pedro no post "Mau sinal", relativamente ao não respeito pela diferença de opiniões.

terça-feira, outubro 05, 2004

Mau sinal

A dificuldade em conviver com a diferença de opinião mostra intolerância, é empobrecedora, é limitativa e, em política, costuma acabar por ser contra-producente.

É mau sinal que seja permitido a um Ministro da Presidência pronunciar-se desta maneira sobre as opiniões proferidas por um comentador político. São reacções e "tiques" geralmente sintoma de nervosismo e fraqueza.