Quem anda de transportes ou em qualquer outro lugar público sabe que existe um objecto de estimação inseparável que toca ou vibra constantemente. Esse objecto de estimação expõe a nossa vida e a dos outros, o que é paradoxal quando o que mais desejamos é o direito à privacidade. Penso que já devem saber à que objecto me refiro, trata-se do telemóvel.
Pois, numa sociedade que promove o direito à privacidade e ao respeito pelo outro é incrível como se inventa tecnologia que expõe essa mesma intimidade e invade a dos outros. Enquanto, passamos por ilustres desconhecido nos nossos prédios, na maior parte das repartições públicas ou em qualquer outro local, graças a esse objecto maravilhoso o meu vizinho de autocarro pode ficar a saber se vou jantar fora, com quem e a que horas. Ele até pode ficar a saber o grau de intimidade que tenho com a pessoa com quem estou a falar, pela forma e pelo conteúdo da conversa.
Não é raro expormos a nossa vida em público. São exemplo disso discussões conjugais, amigas que contam o fim de semana com o tão desejado futuro namorado, ou mães que ligam para perguntar aos filho(a)s se faltaram às aulas…Muitas vezes não nos damos conta do ridículo, que é falar aos “gritoooohs” num lugar público ou na rua. Apesar destas situações contrangedoras não quero deixar de elogiar o mérito da sua existência e afinal cabe a cada utilizador ser responsável pelo tipo de conversa que tem.
quarta-feira, junho 30, 2004
segunda-feira, junho 28, 2004
No Acidental
Um post do Luciano Amaral que vale a pena ler. Não concordo com a consideração que faz de Durão Barroso de ir embora, nem com a conclusão de valer mais o Ferro genuíno que os Ferros encapotados que representa este governo. Ter o PS no poder seria certamente pior, mas concordo que "talvez assim se ajude ao aparecimento, dentro do PSD e do CDS, de pessoas verdadeiramente capazes de, em futuras eleições, finalmente proporem um programa de liberalização da sociedade e da economia portuguesas".
Nem sempre o que parece é, e este governo é um desses casos. A principal desilusão é ver que o cinto de que tanto se fala não tem sido apertado como devia, mas apenas com medidas pontuais e que não resolvem o problema real das finanças. Quando se fala em aliviar o sacrificio, confesso que fico com algum receio pelo que aí vem.
Nem sempre o que parece é, e este governo é um desses casos. A principal desilusão é ver que o cinto de que tanto se fala não tem sido apertado como devia, mas apenas com medidas pontuais e que não resolvem o problema real das finanças. Quando se fala em aliviar o sacrificio, confesso que fico com algum receio pelo que aí vem.
Quem diria...
que neste momento Durão Barroso estaria prestes a deixar de ser primeiro-ministro. Durão Barroso faz bem em aceitar o convite para presidente da Comissão Europeia. É uma oportunidade dificilmente repetível, e que honra Portugal. É uma forma diferente de servir o país, e não a vejo como uma fuga de responsabilidades. Ainda assim, faz sentido colocar duas questões:
Deve haver eleições antecipadas? Hoje vota-se mais nas pessoas que nos partidos e, por isso mesmo, não é linear que se possa trocar de primeiro ministro sem mais nem menos. Tenho as minhas dúvidas sobre o assunto. Pessoalmente, prefiro que não hajam eleições por ter a certeza que daí nada de bom viria para o país. Depois do aparente esforço que se tem estado a fazer, este governo deveria poder concluir a legislatura que iniciou, e aí sim ser julgado pelos resultados.
E o senhor que se segue? Aparentemente vai ser o Santana Lopes, e ele continua com o dom de despertar paixões e ódios. Ir para Presidente da Républica foi das coisas mais disparatadas que já lhe passaram pela cabeça, mas vê-lo como primeiro-ministro não me faz grande confusão. Se não colocar em causa a ideia de rigor nas finanças, até tem boas condições para resolver o problema de comunicação que persegue este governo, e manter a coesão da coligação. Não nos faz mal nenhum ter alguém que saiba agitar as águas.
Deve haver eleições antecipadas? Hoje vota-se mais nas pessoas que nos partidos e, por isso mesmo, não é linear que se possa trocar de primeiro ministro sem mais nem menos. Tenho as minhas dúvidas sobre o assunto. Pessoalmente, prefiro que não hajam eleições por ter a certeza que daí nada de bom viria para o país. Depois do aparente esforço que se tem estado a fazer, este governo deveria poder concluir a legislatura que iniciou, e aí sim ser julgado pelos resultados.
E o senhor que se segue? Aparentemente vai ser o Santana Lopes, e ele continua com o dom de despertar paixões e ódios. Ir para Presidente da Républica foi das coisas mais disparatadas que já lhe passaram pela cabeça, mas vê-lo como primeiro-ministro não me faz grande confusão. Se não colocar em causa a ideia de rigor nas finanças, até tem boas condições para resolver o problema de comunicação que persegue este governo, e manter a coesão da coligação. Não nos faz mal nenhum ter alguém que saiba agitar as águas.
domingo, junho 27, 2004
quinta-feira, junho 24, 2004
Aborto (resposta)
Já aqui em tempos falei um pouco do que penso sobre o tema, e sou obrigado a discordar da Maria. Não é um tema fácil, e as duas partes têm razões e argumentos fortes. Mas a mim faz-me alguma confusão que se possa escrever e opinar sobre o aborto, sem fazer uma única referência ao feto, como é o caso. Não é uma coincidência, mas sim sintomático de um esquecimento que as pessoas têm demasiada facilidade em ter.
Discutir o aborto trata-se, essencialmente, de estabelecer as fronteiras e os limites entre aquilo que são os direitos, os problemas e os dramas legítimos da mãe (e do pai, convém não esquecer), e os do feto. E eu simplesmente não acho razoável que a uma das parte seja dado livre arbitrío para decidir sobre a outra.
Que as mulheres sejam julgadas por ter feito abortos também me suscita algumas dúvidas, mas está longe de ser a questão para se decidir sobre a liberalização (ou não) do aborto.
Discutir o aborto trata-se, essencialmente, de estabelecer as fronteiras e os limites entre aquilo que são os direitos, os problemas e os dramas legítimos da mãe (e do pai, convém não esquecer), e os do feto. E eu simplesmente não acho razoável que a uma das parte seja dado livre arbitrío para decidir sobre a outra.
Que as mulheres sejam julgadas por ter feito abortos também me suscita algumas dúvidas, mas está longe de ser a questão para se decidir sobre a liberalização (ou não) do aborto.
quarta-feira, junho 23, 2004
Aborto!
Ao realizarem este julgamento estão a querer dar um bom exemplo da boa moral e dos bons costumes. Vamos deixar de ser hipócritas não há razão para que não se legalize, dado que ele se pratica na mesma, na ílegalidade e em condições muito prejudicias para as mulheres. Aliás, se fossem as entidades públicas a fazê-lo provavelmente haveria outro controlo sobre esta prática.
Não sou a favor do aborto contrariamente aquilo que possam pensar. O aborto não pode, nem deve ser usado como meio de contracepção. E dúvido que existam mulheres que façam um aborto levianamente. A prática do aborto é uma questão que depende sobretudo da consciência de cada mulher. E tenho a certeza que nenhuma mulher faz um aborto por fazer, mas tem motivos muito sérios.
Não devemos condenar, nem julgar sem saber as razões mais íntimas para fazer um aborto. A gravidez pode ter surgido de uma relação não desejada ou de um encontro ocasional que não tinha futuro. E essas mulheres não têm que ser avaliadas, nem julgada pelas suas práticas sexuais, ou pelas decisões que tomam em relação à sua vida íntima. Quando assumem a criança muitas vezes ficam sozinhas sem apoios nenhuns, e não me venham as instituições próvida ou Estado dizer que apoiam essas mulheres, porque na prática a ajuda é muito reduzida ou fictícia.
Para, mim não pode haver pior condenação do que já sentir a culpabilidade de ter feito um aborto, quanto mais serem humilhadas face à opinião pública e aos tribunais.
Não sou a favor do aborto contrariamente aquilo que possam pensar. O aborto não pode, nem deve ser usado como meio de contracepção. E dúvido que existam mulheres que façam um aborto levianamente. A prática do aborto é uma questão que depende sobretudo da consciência de cada mulher. E tenho a certeza que nenhuma mulher faz um aborto por fazer, mas tem motivos muito sérios.
Não devemos condenar, nem julgar sem saber as razões mais íntimas para fazer um aborto. A gravidez pode ter surgido de uma relação não desejada ou de um encontro ocasional que não tinha futuro. E essas mulheres não têm que ser avaliadas, nem julgada pelas suas práticas sexuais, ou pelas decisões que tomam em relação à sua vida íntima. Quando assumem a criança muitas vezes ficam sozinhas sem apoios nenhuns, e não me venham as instituições próvida ou Estado dizer que apoiam essas mulheres, porque na prática a ajuda é muito reduzida ou fictícia.
Para, mim não pode haver pior condenação do que já sentir a culpabilidade de ter feito um aborto, quanto mais serem humilhadas face à opinião pública e aos tribunais.
terça-feira, junho 22, 2004
As Conversas
As conversas têm que ser pelo menos a duas vozes. As conversas são um instrumento quotidiano que permite expor e debater ideias. As converas criam ligações, porque elas permitem conhecer melhor o outro. As conversas podem ser um momento intenso entre duas pessoas, pois elas permitem a cada um revelar a sua forma de pensar e de estar na vida. Por isso, muitas vezes as converas mais intimistas e profundas põem uma pessoa a nu, na sua forma de sentir e de viver.
As conversas criam momentos de grande intensidade, são elas que nos ajudam a esclarecer dúvidas existênciais, a pedir ajuda, a esclarecer mal-entendidos, ou pura e simplesmente comunicar ao outro uma parte do nosso mundo interior. Elas são regeneradoras de felicidade, entusiasmo ou por vezes criam tristeza. As conversas ritmam as nossas relações, pois consoante o tipo de conversas que temos com determinadas pessoas, assim é a nossa mesma ligação as essas pessoas.
As conversas, hoje em dia, tomam várias formas. Podem ser por mail, por sms e por via telefónica, e muitas vezes dispensam a visualização do outro. Esta situação muitas vezes acontece, por se ter cada vez mais dificuldades em lidar com as nossas emoções, sentimentos ou por medo do outro. É através das conversas que temos o retorno daquilo que representamos para os “outros significativos” e ficamos a saber a maneira como eles nos vêem.
As conversas criam momentos de grande intensidade, são elas que nos ajudam a esclarecer dúvidas existênciais, a pedir ajuda, a esclarecer mal-entendidos, ou pura e simplesmente comunicar ao outro uma parte do nosso mundo interior. Elas são regeneradoras de felicidade, entusiasmo ou por vezes criam tristeza. As conversas ritmam as nossas relações, pois consoante o tipo de conversas que temos com determinadas pessoas, assim é a nossa mesma ligação as essas pessoas.
As conversas, hoje em dia, tomam várias formas. Podem ser por mail, por sms e por via telefónica, e muitas vezes dispensam a visualização do outro. Esta situação muitas vezes acontece, por se ter cada vez mais dificuldades em lidar com as nossas emoções, sentimentos ou por medo do outro. É através das conversas que temos o retorno daquilo que representamos para os “outros significativos” e ficamos a saber a maneira como eles nos vêem.
segunda-feira, junho 21, 2004
Força do futebol
Ontem, como na vitória do Benfica na taça, como em inúmeras outras ocasiões, verificamos que o país vive e respira futebol. Não existe, nem de perto nem de longe, qualquer outro tipo de acontecimento que mobilize as pessoas de tal forma, que as faça viver as emoções das vitórias e das derrotas com tanta paixão e de forma tão aguerrida. É assim em Portugal, como em outros paises.
No entanto, ao assistir a estas fases de euforia, como na noite de ontem, não posso deixar de me perguntar se não estaremos a cair em exagero. Uma quase histeria colectiva.
No entanto, ao assistir a estas fases de euforia, como na noite de ontem, não posso deixar de me perguntar se não estaremos a cair em exagero. Uma quase histeria colectiva.
quinta-feira, junho 17, 2004
Irresponsabilidade
Recentemente, um programa de televisão apresenta dois adolescentes pais. Ele de 13 anos, ela de 16, pais de uma bébé de 3 meses. A bébé muito bonita, e a plateia televisiva cheia de ternura e compaixão por estes dois jovens. Parecia que, perante este cenário, tanto os espectadores como a apresentadora só viam o quadro ídilico de duas crianças que tiveram uma criança. O que é pertinente ressaltar é a forma como este fenómeno da parentalidade na adolescência foi tratado nesta emissão.
A verdade é que este fénomeno em Portugal é quantitativamente significativo, dado Portugal ser o segundo país da UE com maior número de mães adolescentes a seguir à Inglaterra. E acho que é importante alertar quer pais, quer adolescentes para esta situação, mas nunca desta forma como se fosse uma propaganda, ou apresentando a maternidade na adolescência como uma coisa “muito boa” ou de forma sensacionalista.
Neste programa valeu a lucidez de um psicólogo que não teve com rodeios e explicou as consequências e impacto que tem o facto de se ter uma criança quando se ainda está numa fase de transição entre a adolescência e a idade adulta. E garanto que os aspectos são maioritariamente negativos, quer para os pais adolescentes, quer para a própria criança. Por isso, penso que a televisão que é vista por milhões de pessoas e jovens tem que ter muito cuidado na forma como aborda problemas sociais.
A verdade é que este fénomeno em Portugal é quantitativamente significativo, dado Portugal ser o segundo país da UE com maior número de mães adolescentes a seguir à Inglaterra. E acho que é importante alertar quer pais, quer adolescentes para esta situação, mas nunca desta forma como se fosse uma propaganda, ou apresentando a maternidade na adolescência como uma coisa “muito boa” ou de forma sensacionalista.
Neste programa valeu a lucidez de um psicólogo que não teve com rodeios e explicou as consequências e impacto que tem o facto de se ter uma criança quando se ainda está numa fase de transição entre a adolescência e a idade adulta. E garanto que os aspectos são maioritariamente negativos, quer para os pais adolescentes, quer para a própria criança. Por isso, penso que a televisão que é vista por milhões de pessoas e jovens tem que ter muito cuidado na forma como aborda problemas sociais.
quarta-feira, junho 16, 2004
Declínio
Compreendo as razões e a tendência geral, mas é com alguma tristeza que observo o progressivo declínio da blogoesfera, com o fechar de portas de blogs como o Guerra e Paz, Abram os Olhos, O Comprometido Observador, entre outros.
O Abrupto, em particular, sempre foi uma referência. O JPP é uma pedrada no charco, uma lufada de ar fresco, num panorama nacional por vezes tão pobre, miserabilista e mesquinho como o português. Não é por acaso que sempre foi visto como um outsider dentro do seu partido, e que a sua passagem pela distrital de Lisboa foi o que foi. É por isso com muita tristeza que o vejo despedir-se do comentário à vida política portuguesa. Ficamos todos mais pobres.
O Abrupto, em particular, sempre foi uma referência. O JPP é uma pedrada no charco, uma lufada de ar fresco, num panorama nacional por vezes tão pobre, miserabilista e mesquinho como o português. Não é por acaso que sempre foi visto como um outsider dentro do seu partido, e que a sua passagem pela distrital de Lisboa foi o que foi. É por isso com muita tristeza que o vejo despedir-se do comentário à vida política portuguesa. Ficamos todos mais pobres.
terça-feira, junho 15, 2004
Paixões...
As paixões fazem-nos correr atrás do que gostamos. As paixões dão uma razão de viver e movem montanhas. Por uma paixão seja ela qual for a pessoa sente-se viva, dá sentido à sua vida e ao seu viver. A paixão contagia os que estão à nossa volta e os que mais nos apreciam, pois admiram o nosso lado apaixonado. A paixão aumenta há medida que descobrimos o quanto a nossa paixão nos permite ser felizes e sentirmo-nos realizados.
A nossa paixão distingue-nos dos outros porque quando falamos dela os nossos olhos brilham como as estrelas numa noite de céu estrelado. A nossa paixão cria laços com aqueles que partilham dessa mesma paixão e quando estamos juntos o laço que nos une é esse sentimento apaixonado de gostarmos da mesma coisa. Por isso, a paixão desde que não seja doentia e que a partilhemos, ela é um regenerador de vitalidade nas nossas vidas.
A nossa paixão distingue-nos dos outros porque quando falamos dela os nossos olhos brilham como as estrelas numa noite de céu estrelado. A nossa paixão cria laços com aqueles que partilham dessa mesma paixão e quando estamos juntos o laço que nos une é esse sentimento apaixonado de gostarmos da mesma coisa. Por isso, a paixão desde que não seja doentia e que a partilhemos, ela é um regenerador de vitalidade nas nossas vidas.
domingo, junho 13, 2004
As campanhas eleitorais - uma reflexão que se impõe
Um artigo no Público que vale especialmente a pena ler.
Como JPP defende, e por muito que custe às máquinas e aos aparelhos partidários, a forma de fazer campanhas tem de ser repensada. Consumir uma campanha em visitas a feiras e mercados, e justificá-lo como sendo a forma de ganhar contacto com o país real e as preocupações dos portugueses, é pura demagogia.
Como JPP defende, e por muito que custe às máquinas e aos aparelhos partidários, a forma de fazer campanhas tem de ser repensada. Consumir uma campanha em visitas a feiras e mercados, e justificá-lo como sendo a forma de ganhar contacto com o país real e as preocupações dos portugueses, é pura demagogia.
quarta-feira, junho 09, 2004
Morte de Sousa Franco
Há que saber distinguir entre as opiniões e as pessoas, entre o político e o homem. Suponho que todos nos sentimos um pouco mais pobres, e paramos para reflectir um pouco, depois do que se passou hoje de manhã.
terça-feira, junho 08, 2004
Medo,
Leva-nos a não acreditar nas nossas potencialidades, nas nossas capacidades. O medo bloqueia-nos, torna-nos frágeis aos nossos olhos e perante os outros. O medo faz-nos recuar na vida, devido ao medo de enfrentar os nossos medos. O medo tem várias formas, pode ser o medo da responsabilidade profissional, o medo da relação com os outros. Pode ser o medo de amar o outro, ou então de nos entregarmos numa relação de amizade, ou até mesmo numa relação de amor. O medo de ser magoado provoca uma reclusão involuntária, provocando solidão.
O medo pode ser por vezes uma justificação, ou desculpa comóda quando não queremos avançar, mudar o rumo da nossa existência e ficamos presos aos hábitos, porque estes são tranquilizadores, são sinónimo de um estado já conhecido e dominado. Os medos somos nos que os criamos muitas vezes, após um insucesso seja ele de que ordem for, passa a ser um medo quando este não é ultrapassado. Os medos também nos são transmitidos por familiares, desde da mais tenra infância, e então carregamos os medos dos nossos pais, irmãos, avós…
Então, vivemos com medo de que os outros descubram os nossos medos.
O medo pode ser por vezes uma justificação, ou desculpa comóda quando não queremos avançar, mudar o rumo da nossa existência e ficamos presos aos hábitos, porque estes são tranquilizadores, são sinónimo de um estado já conhecido e dominado. Os medos somos nos que os criamos muitas vezes, após um insucesso seja ele de que ordem for, passa a ser um medo quando este não é ultrapassado. Os medos também nos são transmitidos por familiares, desde da mais tenra infância, e então carregamos os medos dos nossos pais, irmãos, avós…
Então, vivemos com medo de que os outros descubram os nossos medos.
sexta-feira, junho 04, 2004
Ora Vejam bem!
Este governo defende que o Estado deve ser o menos intervencionista possível e por tal, diminuí considerávelmente a sua participação em áreas como a da economia, a do ensino… São exemplos disso as privatizações e as liberalizações nos mercados financeiros, mas também ao nível do ensino básico que hoje é gerido pelas autarquias.
Agora, aparece o Ministro da saúde com uma ideia intervencionista de estabelecer cotas para reduzir o número de mulheres no curso de medecina. Vejam bem a contradição! Portugal tem de se orgulhar de ter uma das taxas mais elevadas de profissionalização feminina, não é exactamente pelas mesmas razões que no resto da Europa do norte, mas deixando esse à parte. É importante que as mulheres estejam na vida activa, para a sua autonomia e independência pessoal, assim como, para a economia doméstica dos lares portugueses. Não cabe de modo algum ao Estado decidir as orientações profissionais das mulheres!
Agora, aparece o Ministro da saúde com uma ideia intervencionista de estabelecer cotas para reduzir o número de mulheres no curso de medecina. Vejam bem a contradição! Portugal tem de se orgulhar de ter uma das taxas mais elevadas de profissionalização feminina, não é exactamente pelas mesmas razões que no resto da Europa do norte, mas deixando esse à parte. É importante que as mulheres estejam na vida activa, para a sua autonomia e independência pessoal, assim como, para a economia doméstica dos lares portugueses. Não cabe de modo algum ao Estado decidir as orientações profissionais das mulheres!
quarta-feira, junho 02, 2004
Iletrismo Técnico!
Ao dirigir-se a um serviço especializado da administração pública ou a outro serviço técnico em geral, é possível que se depare com um funcionário que faz questão de utilizar uma linguagem muito própria, ou seja, termos específicos da sua área em que uma pessoa sente-se, ou fazem-na sentir-se iletrada. E isso acontece independentemente do seu nível de habilitações.
Esta situação surge devido às diferentes linguagens técnicas, vocábulos próprios a determinadas profissões que nem sempre são de uso comum e que nem todas as pessoas entendem. O que de alguma forma me aborrece é quando o funcionário com uma ar muito prepotente, usa dessa estratégia como forma de dominação. E, pura e simplesmente, faz-nos sentir um “iletrado técnico". Isto verifica-se mesmo com as pessoas que têm formação. Agora, imaginem como é que se devem sentir as pessoas que são analfabetas!
A minha pergunta é a seguinte será que esses funcionários que prestam um serviço não deveriam tentar fazer os possíveis para que se façam entender. Provavelmente, haveria menos erros no preenchimento dos documentos, e perder-se-ia muito menos tempo com burocracias.
Esta situação surge devido às diferentes linguagens técnicas, vocábulos próprios a determinadas profissões que nem sempre são de uso comum e que nem todas as pessoas entendem. O que de alguma forma me aborrece é quando o funcionário com uma ar muito prepotente, usa dessa estratégia como forma de dominação. E, pura e simplesmente, faz-nos sentir um “iletrado técnico". Isto verifica-se mesmo com as pessoas que têm formação. Agora, imaginem como é que se devem sentir as pessoas que são analfabetas!
A minha pergunta é a seguinte será que esses funcionários que prestam um serviço não deveriam tentar fazer os possíveis para que se façam entender. Provavelmente, haveria menos erros no preenchimento dos documentos, e perder-se-ia muito menos tempo com burocracias.
terça-feira, junho 01, 2004
A Criança...
A criança é um ser sensível, inocente, verdadeiro, puro…cheio de qualidades!
É pena que hoje em dia certos adultos se tenham esquecido que um dia foram crianças e que também eles são possuidores dessas qualidades ou então tudo fizeram para as esquecer! Essas qualidades só vêm ao de cima quando as pessoas deixam de ter medo de mostrar a sua criança interior!
É pena que hoje em dia certos adultos se tenham esquecido que um dia foram crianças e que também eles são possuidores dessas qualidades ou então tudo fizeram para as esquecer! Essas qualidades só vêm ao de cima quando as pessoas deixam de ter medo de mostrar a sua criança interior!
Agitando Fantasmas II
Sem ter como o fazer na substância, é na reacção às críticas e aos ataques que o PP se distingue e mostra uma veia troliteira e agressiva, que não tem seguimento na sua acção concreta no governo, mas joga contra si próprio. A intervenção infeliz do líder da JP a comentar os óculos e as orelhas do Sousa Franco é um exemplo entre outros.
Mas isso não deve escamotear a realidade. O PP influencia o governo na medida da sua proporção, e da debilidade da sua liderança, que é evidente. Muito mais marcante e acentuada tem sido a descaracterização porque teve de passar para poder estar na coligação. Esta teoria com que o Mário Soares gosta de nos brindar de tempos a tempos, de a democracia estar ameaçada por uma direita radical que controla o poder, não é mais que um agitar de fantasmas, que não assusta ninguém.
Mas isso não deve escamotear a realidade. O PP influencia o governo na medida da sua proporção, e da debilidade da sua liderança, que é evidente. Muito mais marcante e acentuada tem sido a descaracterização porque teve de passar para poder estar na coligação. Esta teoria com que o Mário Soares gosta de nos brindar de tempos a tempos, de a democracia estar ameaçada por uma direita radical que controla o poder, não é mais que um agitar de fantasmas, que não assusta ninguém.
Agitando Fantasmas I
Há uns bons tempos que se anda a querer passar para a opinião pública o alarme de o governo estar refém de um pequeno partido, radical, estilo extrema direita, anti-europeu, e sem representatividade. De tão "martelada", tem-se tornado parte do senso comum dos portugueses.
É evidente que este governo tem a marca do PP, mas e não é evidente que assim deva ser? Estão ali representados cerca de 9% dos portugueses, sendo que muitos deles terão votado já na perspectiva de esta coligação se erguer. Gostava é que me dessem um exemplo, um único exemplo, de manisfestação ou tradução do tal extremismo ou anti-europeísmo na actuação em concreto deste governo.
Olhando para a realidade, com olhos de ver, não será muito mais acertado pensar que o PP abdicou de grande parte do que pensava e defendia, sobre a Europa e em geral, para poder estar no governo? Estamos em plena campanha para as europeias, área onde o PP mais claramente se distinguia do PSD, e já alguém notou a mínima dissonância, o mínimo desacordo ou nuance de discurso? Isto é verdade a tal ponto que, se o PP tivesse de enfrentar uma eleições sozinho, nem se percebe muito bem no que poderia marcar a diferença ou a sua marca distintiva relativamente ao PSD.
É evidente que este governo tem a marca do PP, mas e não é evidente que assim deva ser? Estão ali representados cerca de 9% dos portugueses, sendo que muitos deles terão votado já na perspectiva de esta coligação se erguer. Gostava é que me dessem um exemplo, um único exemplo, de manisfestação ou tradução do tal extremismo ou anti-europeísmo na actuação em concreto deste governo.
Olhando para a realidade, com olhos de ver, não será muito mais acertado pensar que o PP abdicou de grande parte do que pensava e defendia, sobre a Europa e em geral, para poder estar no governo? Estamos em plena campanha para as europeias, área onde o PP mais claramente se distinguia do PSD, e já alguém notou a mínima dissonância, o mínimo desacordo ou nuance de discurso? Isto é verdade a tal ponto que, se o PP tivesse de enfrentar uma eleições sozinho, nem se percebe muito bem no que poderia marcar a diferença ou a sua marca distintiva relativamente ao PSD.
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