Ao realizarem este julgamento estão a querer dar um bom exemplo da boa moral e dos bons costumes. Vamos deixar de ser hipócritas não há razão para que não se legalize, dado que ele se pratica na mesma, na ílegalidade e em condições muito prejudicias para as mulheres. Aliás, se fossem as entidades públicas a fazê-lo provavelmente haveria outro controlo sobre esta prática.
Não sou a favor do aborto contrariamente aquilo que possam pensar. O aborto não pode, nem deve ser usado como meio de contracepção. E dúvido que existam mulheres que façam um aborto levianamente. A prática do aborto é uma questão que depende sobretudo da consciência de cada mulher. E tenho a certeza que nenhuma mulher faz um aborto por fazer, mas tem motivos muito sérios.
Não devemos condenar, nem julgar sem saber as razões mais íntimas para fazer um aborto. A gravidez pode ter surgido de uma relação não desejada ou de um encontro ocasional que não tinha futuro. E essas mulheres não têm que ser avaliadas, nem julgada pelas suas práticas sexuais, ou pelas decisões que tomam em relação à sua vida íntima. Quando assumem a criança muitas vezes ficam sozinhas sem apoios nenhuns, e não me venham as instituições próvida ou Estado dizer que apoiam essas mulheres, porque na prática a ajuda é muito reduzida ou fictícia.
Para, mim não pode haver pior condenação do que já sentir a culpabilidade de ter feito um aborto, quanto mais serem humilhadas face à opinião pública e aos tribunais.
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