terça-feira, junho 01, 2004

Agitando Fantasmas I

Há uns bons tempos que se anda a querer passar para a opinião pública o alarme de o governo estar refém de um pequeno partido, radical, estilo extrema direita, anti-europeu, e sem representatividade. De tão "martelada", tem-se tornado parte do senso comum dos portugueses.

É evidente que este governo tem a marca do PP, mas e não é evidente que assim deva ser? Estão ali representados cerca de 9% dos portugueses, sendo que muitos deles terão votado já na perspectiva de esta coligação se erguer. Gostava é que me dessem um exemplo, um único exemplo, de manisfestação ou tradução do tal extremismo ou anti-europeísmo na actuação em concreto deste governo.

Olhando para a realidade, com olhos de ver, não será muito mais acertado pensar que o PP abdicou de grande parte do que pensava e defendia, sobre a Europa e em geral, para poder estar no governo? Estamos em plena campanha para as europeias, área onde o PP mais claramente se distinguia do PSD, e já alguém notou a mínima dissonância, o mínimo desacordo ou nuance de discurso? Isto é verdade a tal ponto que, se o PP tivesse de enfrentar uma eleições sozinho, nem se percebe muito bem no que poderia marcar a diferença ou a sua marca distintiva relativamente ao PSD.

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