sexta-feira, março 11, 2005

Um novo partido II

Em alternativa à criação de um novo partido, que seria a meu ver a solução ideal, quem poderia protagonizar este projecto é o Partido Popular. Não estou certo nem confiante de que o fará, mas penso que pelo menos tem condições para o fazer.

Falo com a liberdade de quem nestas eleições votou em branco, porque obviamente o Partido Popular de que falo não é o de Paulo Portas (ou o de Manuel Monteiro). O PP que temos conhecido nos últimos anos, com as diferentes faces que já assumiu, manteve sempre no discurso o direccionamento a nichos eleitorais, e um traço de proteccionismo. É verdade que foi uma surpresa positiva no governo, e teve alguns muito bons ministros. Mas, a ideia do papel do estado como defensor de alguns sectores económicos e grupos em particular, ou ir para debates com gráficos dos empregos que se salvaram nesta ou naquela empresa é simplesmente to miss the point.

O estado não deve ser "o" protagonista do desenvolvimento económico, mas sim reservar-se àquilo que são as suas funções, e essas sim deve fazer questão de as desempenhar de forma eficiente. Neste momento nem isso consegue fazer, mas ainda assim é chamado e intromete-se em tudo e mais alguma coisa. De cada vez que o faz, introduz distorção e ineficiência.

Espero com alguma curiosidade pela nova liderança, e que esta traga uma mudança ao discurso do partido, que este fale e apele finalmente àquela classe média que sente o vazio político existente. E sim, confesso que tenho alguma dose de wishfull thinking.

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