domingo, novembro 28, 2004

Saturação de informação

Já repararam na ginástica visual, auditiva e mental que é necessário fazer para ver o noticiário português! É o jornalista que apresenta uma notícia, são outras completamente diferentes que passam em nota de rodapé. E nós nisso tudo temos que fazer malabarismos entre umas e outras notícias. E para cúmulo temos o telejornal de 45 minutos, graças a publicidade que passa pelo meio. Mais um tipo de informação, mas esta mais do foro consumista. No meu entender a informação para ser bem ingerida tem que ser clara, concisa.

sábado, novembro 27, 2004

Política não é para todos...

O apelo feito pelo professor Cavaco Silva é mais um sinal da frágil situação governamental pela qual estamos a passar. Apesar de não ser simpatizante das suas ideias políticas, porém reconheço que ele tem qualidades, quer pessoais, quer de formação, que fazem dele uma pessoa competente para dirigir um país. Agora, pensar-se que para a política vai quem quer, isso discordo. Para se ser político não basta ser militante de longa data de um partido, é necessário ter preparação em vários ramos e ter assertividade, criatividade e ser visionário para desenvolver uma nação.
A governação tem que ser entendida como uma missão, uma devoção, não há lugar para protagonismo pessoal. Por isso, acho bem que os antigos políticos deste país contribuam para dar a volta a situação nacional! Já que a política é uma forma de missão e contribuição pessoal para a melhoria do bem estar colectivo, que os politicos experientes transmitam conhecimentos e experiências anteriores para sairmos deste caos.

terça-feira, novembro 23, 2004

Felicidade procura-se!

Depois de um estudo sobre o que os portugueses consideram ser a felicidade lembrei-me de expressar a minha opinião sobre o assunto.

Felicidade é um bem, um sentimento ou talvez um misto dos dois? Não sei depende das perspectivas. Se em alguns casos a pessoa diz nunca ter sentido o que é a felicidade. Esta pode ser encarada como sendo um momento prolongado no tempo, como algo que chega ou se conquista uma única vez e depois deve permanecer.

Digo bem conquistar, encontrar, vivenciar! Porque, esse bem e/ou sentimento que todos nós procuramos tem que ser conquistado, no sentido de aprender a reconhecê-lo. A felicidade pode segundo certos pontos de vista ser sinónimo de possuir bens materiais, de ser rico, de poder comprar muitas coisas. Mas quantos de nós quando estamos carentes, ou nos chateamos com alguém, ou sentimos sós, nos afogamos num centro comercial e toca de comprar compulsivamente, para compensar uma tristeza. E encontrar a suposta felicidade.
Hoje, após a experiência da felicidade comprada em prateleira e instantânea, decidi experimentar outra. Sim, digo instantânea porque esse momento a que associava à felicidade durava apenas o momento da compra e a primeira vez que utilizava a nova aquisição. E pronto, lá se ia a felicidade! Por mais que eu tenta-se detê-la ela desaparecia sem eu dar por isso e o vazio parecia ainda maior.

Agora, tomo ou pelo menos tento conquistar e sentir a felicidade de outra maneira! Claro que não deixei totalmente de parte a minha veia consumista. Contudo, agora quando compro algo de que eu gosto isso passa a ser apenas um prazer e a minha felicidade não depende de ter ou não aquele objecto.

A felicidade passei a encontrá-la todos os dias desde que eu queira e esteja disposta a isso. Para tal basta olhar de forma bem disposta para as coisas simples da vida. Sinto que um boa gargalhada com uma amiga, uma actividade pela qual eu tenho paixão, entre muitas coisas constituem a minha felicidade. Não se trata mais de possuir coisas ou pessoas mas de estar com as pessoas e viver momentos de prazer. E não é a busca de um sentimento permanente, mas sim retalhos de momentos acumulados ao longo do dia, da semana, do mês, que fazem com que a felicidade perdure no tempo.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Fumo à porta...

Que me desculpem os fumadores mas considero que as novas medidas restritivas sobre os locais onde se pode fumar agradam-me. Podem até ser demasiado drásticas, mas penso que se forem medidas mais brandas, os fumadores cumprem no início e depois aos poucos voltam ao antigamente, porque pelo facto de serem diminutas ninguém as sente e cumpre realmente. No entanto, tem que haver vontade por parte dos fumadores em cumprir e respeitar a lei e por sua vez existir fiscalização, senão de que serve!

Muitas vezes os fumadores compulsivos não se colocam no papel daqueles que tomaram a opção de não fumar e não querem levar com o fumo dos outros. Eles não imaginam o quanto é desagradável ter que levar com o fumo e cheiro do cigarro num elevador, e ficar com a roupa e cabelo a cheirarem a tabaco. Ainda, mais constrangedor é ter que suportar um hálito de fumadores pouco cuidados, que ao abrirem a boca levamos com um cheiro de tabaco nauseabundo.

Pensando bem, estas medidas restritivas acabam por beneficiar, em primeiro os fumadores sempre são menos cigarros que fumam, o que é bom para a carteira e para a saúde. Depois, é bom para os não-fumadores deixam de ser fumadores passivos em grande parte dos locais públicos. E por último, permite ao Estado fazer algumas economias a longo prazo, através da possível redução do número de doentes com cancros e outras doenças que derivam do tabaco.

Não me venham os fumadores defender a ideia que o cigarro é bom para baixar os níveis de "stress", mas que bonita forma de reduzir a ansiedade se por outro lado o tabaco provoca doenças gravíssimas e já está confirmado que é o acto de fumar que acalma e não o cigarro em si. Por isso, nada como procurar alternativas para aliviar o "stress", garanto que há muitas.

Em Memória,

de todos aqueles que perderam a vida em acidentes de viação, a sociedade civil mobilizou-se e promoveu iniciativas, hoje. Quanto às autoridades essas não apareceram e parecem não querer dar o seu contributo! Um dos primeiros passos está dado! A tomada de consciência e a movimentação da sociedade civil, em associações para lutar contra este flagelo, já é uma realidade nacional.

Mas esse passo deveria ser acompanhado de medidas concretas e continuas a nível político. Não é apenas a mobilização de mais agentes policiais durante as épocas de maior trafego nacional (férias, e feriados prolongados) que vai resolver a questão. Estas medidas são apenas remendos, coisa que os nossos políticos fazem e muito bem. Tem que existir, também, nesta área uma política definida a longo prazo, e de preferência ser implacável com os infractores.

Ao aumentar as portagens e por as SCUTs podiam pensar na segurança e protecção daqueles que utilizam as estradas diariamente. Deveria-se começar pela os jovens (18 aos 25 anos, é nesta faixa etária que se verifica a maior número de mortos e feridos graves), com acções de sensibilizações intensivas e medidas de penalização outras que as simples multas que apenas fazem mal à carteira e não implicam qualquer tomada de consciência dos perigos rodoviários. E que tal o acompanhamento, durante um mês, de um paraplégico nas suas rotinas diárias, que sofreu um acidente de viação. "Conduza com prudência, não acontece só aos outros!"

quarta-feira, novembro 17, 2004

Politica, opinião, liberdade

1. Alguma coisa deve estar mal quando se consegue sentir tão bem a incomodidade que existe nalguns sectores do PSD, e depois há no congresso um unanimismo quase total. Sim, os partidos são máquinas que buscam o poder. E sim, está na sua natureza saber ser extremamente racionais quando se trata de preservar esse poder. Tudo isso é natural, mas por outro lado qual é então o sentido de haver um congresso, se não é nele que se consegue travar o verdadeiro debate dentro do PSD?

2. Sejam as portagens, o estabelecimento ou não de uma comissão de inquérito sobre um qualquer tema, o referendo à constituição europeia, seja sobre lá o que for, conseguem-se contar pelos dedos os casos em que algum deputado de um partido vota contra a sua bancada.

3. Nós sabemos que este governo fez uma inversão de rumo (não está aqui em causa se boa ou má), e que poderia até voltar a fazer as que quisesse, que muito dificilmente deixaria de ter garantido o apoio parlamentar. Será que assim podemos ainda querer ver o parlamento como um verdadeiro "controlador" da acção governativa?


Este não é um problema do PSD, obviamente. São apenas dois exemplos, para mostrar porque acho que em geral a lógica partidária e o seu funcionamento explicam muito do desinteresse pela causa pública, e da excassez de pessoas com qualidade dispostas a dedicar-se a ela. Essencialmente por ser uma lógica castradora da liberdade e autonomia de pensamento, da criatividade e individualidade de cada um, ou que pelo menos subordina esses valores ao serviço dos objectivos do partido. Sendo realista, faz sentido que as coisas funcionem dessa forma, mas em Portugal a fidelidade partidária é levada a um limite que subverte o próprio sistema político, e o papel que devia ser e não desempenhado pelo parlamento.

E quantos estão dispostos a sacrificar a liberdade de julgar aquilo em que sobre um ou outro assunto acredita e julga ser o melhor para o país, a bem do objectivo do partido? Podemos achar que serão mais ou menos, mas são certamente os melhores aqueles que menos estão dispostos a sacrificar essa sua liberdade. E o facto é que os partidos são o meio mais importante que os cidadãos têm de chegar à política e ao exercício de cargos políticos, e esta lógica de funcionamento partidário que é cultivada, de seguidismo e falta de independência das pessoas, consegue de facto empobrecer a vida política.

Que diferença poder ouvir um José Pacheco Pereira, um Manuel Alegre ou um António Barreto, quando estamos habituados às marionetas e yes-man's do costume, que antes de abrirem a boca já nós sabemos quem e o que vão defender!

quinta-feira, novembro 11, 2004

Paradoxal (?)

E em que sentido deveria Sharon dar tréguas? Parece-me que têm havido erros de ambos os lados, mas é curioso a imagem que estamos habituados a ter de Sharon e verificar depois que ele, no panorama interno de Israel, tem por diversas vezes assumido um papel de moderação e luta contra as alas mais radicais do seu partido e da sociedade israelita.

Quanto à morte de Arafat, foi triste todo este espectáculo de o ver a ser morto e ressuscitado dia após dia.

Paradoxal

Hoje faleceu Arafat! Precisamente, no mesmo dia em que os franceses celebram o Armistício da Grande Guerra! Será, que com a morte de Arafat, Sharon vai dar também ele tréguas aos Palestinianos?

terça-feira, novembro 09, 2004

EUA e Bush

Reflexões interessantes:

Do Luciano Amaral, sobre a geração representada por Kerry, n'O Acidental.

Dois posts muito interessantes do Filipe Alves, sobre a (falsa) superioridade moral da Europa sobre os EUA, aqui e aqui. Concordo inteiramente.

Bela Iniciativa

No Jornal o Público desta manhã vem uma grande entrevista com António Lobo Antunes, para comemorar os seus 25 anos de carreira. Porque, é em vida que se deve demonstrar aos grandes homens da cultura o quanto eles contribuem para o nosso enriquecimento pessoal, ao lermos os seus livros, mas também para toda uma nação e cultura lusitânia, que felicito este gesto.
António Lobo Antunes é hoje homenageado no Teatro São Luiz. Esta bela iniciativa vai também permitir lançar o seu novo livro. Para os mais curiosos e amantes da escrita de Lobo Antunes deixo-vos o privilégio de descobrir na vossa livraria preferida o seu último livro.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Mau jornalismo

Numa revista conceituada portuguesa veio uma reportagem que me arrepiou, quando me dei conta da forma como era tratado o tema da maternidade na adolescência. Em primeiro lugar é um tema que me toca profundamente e em segundo os casos aí tratados são meus conhecidos.

Considero que houve por parte do (a) jornalista uma falta de ética profissional ao não preservar a identidade das pessoas retratadas nessa reportagem. O objectivo de um artigo deste género é o de informar, dar conta de uma realidade não é por a nu a identidade, a imagem de jovens que já por si fragilizadas pelas suas histórias de vida quanto mais expor as suas fotografias, os seus nomes verdadeiros, assim como o dos seus filhos.

É um erro profissional muito grave em meu entender revelar desta forma a identidade das pessoas sem pensar nas consequências para essas mesmas jovens. Apesar de estas darem o consentimento para falarem da sua história, isso não dá direito de utilizar a informação sem o mínimo de cuidado!

A história de vida destas jovens é infelizmente a de muitas outras mães adolescentes, então não vejo o motivo para personalizar em demasia casos específicos. Se a função da reportagem é de alertar a opinião pública para a questão do ser-se mãe na adolescência, não haverá necessidade de destacar desta forma jovens com fotos e com os nomes verdadeiros. Elas já se sentem por vezes estigmatizadas e sentem desconfiança perante os adultos e instituições que pretendem ajudá-las agora por favor não venha um repórter dar cabo de todo um trabalho feito no sentido de proteger e salvaguardar estas jovens.

terça-feira, novembro 02, 2004

Se fosse americano (continuação)

Enquanto esperava ter tempo para poder explicar a razão da minha opinião, tive oportunidade de ler o post que JPP sobre este mesmo assunto, e parece-me que a razão por ele apontada é de facto a fundamental. Ninguém ignora os erros que Bush cometeu, mas a política que ele tem seguido é essencialmente a correcta.

Em política interna parece-me haver muito a apontar a Bush, embora não menos a apontar a algumas ideias de Kerry como a do proteccionismo para defender empregos. É a política externa que acho mais importante avaliar, e Kerry acabou por adaptar o seu discurso à ideia de que fará no essencial o mesmo que Bush, apenas de outra forma. Na verdade não sabemos muito bem o que virá dali, e pelo menos em Bush os americanos têm alguém de quem sabem o que podem esperar. Olhando para a base de apoio que suporta Kerry, não é de esperar que saiba manter a mesma firmeza e força de vontade nas muitas decisões dificeis que ainda é preciso tomar. Não basta ser um "não-Bush" para fazer melhor.

Segundo a Economist há que escolher entre o Incompetente e o Incoerente. Pois bem, eu prefiro quem escolheu o caminho certo e em muitos casos mostrou incompetência para o seguir, do que quem não tem sequer um caminho e irá certamente seguir o mais fácil, e errado.

É uma pena que tão poucos consigam ver, um pouco que seja, para além da imagem de atrasado mental que Bush parece representar, as questões tão importantes que nesta eleição se vão decidir. É uma pena, e é preocupante.

Se fosse americana

Hoje votaria John Kerry!

Se fosse americano

hoje votaria Bush.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Curso de Condução Defensiva

Por um mero acaso, tive este Sábado a oportunidade de participar num Curso de Condução Defensiva, leccionado pela CR&M. Fui sem saber ao que ía, e sem qualquer expectativa em especial, mas o resultado acabou por ser tão interessante que acho importante dar aqui o testemunho.

Começámos por fazer uma análise de acidente, observando as várias causas e factores inerentes ao meio, veículo e condutor, assim como a atitude que devemos colocar na nossa condução, ou a correcta posição de condução e maneabilidade. Falámos ainda de como a atenção e a velocidade de reacção são factores importantes para se evitar o acidente, e da questão da distância de travagem e paragem, e de como com o aumentar da velocidade o condutor vai perdendo a capacidade de avaliar as distâncias.

Durante a tarde pudemos aprender qual a forma correcta de enfrentar travagens de emergência com e sem ABS, com e sem desvio de obstáculos, e de como controlar o veículos em situações de sub e sobre viragem. E isto com oportunidade de testar nos veículos aquilo que nos havia sido ensinado como as formas correctas e incorrectas.

Ao contrário do que esperava, a formação acabou por ser muito interessante e contrariar algumas ideias de senso comum. Para dar um exemplo, quantas pessoas sabem que numa travagem de emergência se deve carregar SEMPRE na embraiagem, porque o contrário só ajuda a que o carro entre em desiquilibrio e se descontrole? E mais ainda, será normal que este tipo de conceitos elementares (mas infelizmente tão pouco conhecidos) não seja dado quando se tira a carta?

Acredito que todos saimos da formação a saber mais sobre como devemos conduzir, e mais conscientes das nossas limitações e de como os nossos erros e/ou descuidos podem ter consequências tão graves. As coisas que pude aprender foram como um banho de humildade, e acrescentado a isso o excelente atendimento e a filosofia de qualidade no ensino só posso dizer a quem tenha oportunidade de frequentar o curso que o faça pois vale bem a pena!

E, por fim, será que o investimento neste tipo de formação não produziria mais resultados do que a simples repressão e autêntica caça à multa a que assistimos no nosso dia-a-dia?

Ar fresco

Há pessoas que dá gosto ouvir, mesmo não concordando eventualmente com partes do que é dito. A verdadeira liberdade de espírito e de pensamento é tão rara de se ver que, quando vista, não deve deixar de ser elogiada.

Vale a pena ler a reprodução que o Público faz da entrevista a António Barreto.