sexta-feira, novembro 28, 2003

Estado e TV

A propósito de um post do Adeonato... já há uns tempos que a história da RTP me anda a fazer confusão. O governo começou com umas ideias muito bonitas e depois, quando viu o que tinha pela frente, achou melhor esquecer o assunto (é impressão minha ou esta a tornar-se padrão?).

Estou-me nas tintas (para não usar a expressão de outros...) para qual a razão da RTP dar prejuízo. Alias, essa é uma discussão que só pode vir depois de outra, que é saber o que justifica que a RTP 1 seja uma televisão pública. Sim, alguém me sabe dar uma boa razão, além de passar os tempos de antena dos partidos quando há eleições? Assim de repente não estou a lembrar de mais nada.

Se me disserem que a CP, ou o Metro de Lisboa, estão a dar prejuízo, aí sim esta discussão faz sentido. Não estou a ver os privados a gerir o Metro, a cobrar o valor dos passes sociais, e a pagar dos seus bolsos o alargamento da linha a novas estações com o critério de servir a população, em vez de análise investimento / retorno. É claro, exige-se das suas administrações que sejam capazes e competentes. Mas, se ainda assim subsistirem prejuízos, temos o serviço que nos é prestado e que dificilmente poderia ser através dos mecanismos normais de mercado. É esse pormenor que torna legítimo sustentar os défices dessas empresas com dinheiros públicos.

Existe uma diferença fundamental entre o produto oferecido pela RTP 1 e o oferecido pela SIC? Ou pela TVI? Sublinho o pormenor do 1, porque o caso da RTP 2 é completamente diferente. Estamos a falar da RTP 1, e ainda ninguém me soube explicar o valor acrescentado da sua existência para o nosso bem-estar.

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