terça-feira, fevereiro 22, 2005

Paris

É daquelas cidades que marca profundamente! O metro tem um cheiro inconfundivel que, mesmo de olhos fechados, dentro daqueles tuneis intermináveis, sabemos que se trata do metro de Paris, e de mais nenhum lugar do mundo. Os corvos nos jardins, nas árvores e nos lugares mais insólitos, são uma presença constante.
A moda respira-se, vê-se a cada esquina, rua e local desta cidade. Existe um estilo bem parisiense. A mulher, em Paris, tem o culto da beleza e de ser feminina. Noutros lugares do mundo também, mas aqui é muito notório como o culto da imagem e do corpo é uma constante.
O apelo ao lazer é outra faceta desta cidade. Em todos os corredores de metro e locais visíveis vislumbram-se anúncios muito convidativos para a evasão turística, para a descoberta de novas paragens. Outro tipo de evasão, incontornável nesta cidade é a cultural. A oferta de exposições de todo o tipo, concertos musicais, e a quantidade de museus por metro quadrado, não deixa ninguém indiferente. As livrarias são outro exemplo fantástico da oferta cultural, com uma oferta de livros a preços convidativos e até de ocasião. Esta cidade está concebida de forma a servir quem vive e passeia por ela, oferecendo a cada um os momentos de evasão que deseja.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Eleições II

É mais ou menos consensual que o PP foi a surpresa positiva neste governo, embora nunca tenha sido liquido que tal se viesse a reflectir num crescimento eleitoral. Como JPP soube apontar, Paulo Portas foi pela primeira vez a votos com um ambiente de expectativas altas quanto aos resultados, e desiludiu. Fez bem em sair, é o fim de um ciclo, e o PP faria bem em arranjar nova vida em vez de se consumir em vagas de fundo para o regresso do lider. (continua)

Eleições

O primeiro-ministro da descoordenação, o estilo errático e a campanha lamentável tiveram ontem a resposta dos portugueses. Nunca pensei que Santana Lopes pudesse desempenhar tão mal o papel de lider do governo e do PSD. A ninguém terá custado mais estes resultados que a ele, e a forma como conduziu e pessoalizou a campanha tornam-no "o" responsável por eles.

Diz-se que fica provada a razão de Sampaio, mas não tenho a mesma opinião. A conclusão prematura da legislatura foi um acto que não se justificava, e não são estes resultados que provam o contrário. A nossa democracia não é directa, e os parlamentos devem por natureza subsistir pelos 4 anos.

O BE teve um excelente resultado, está para ficar. Pelos vistos o comentário infeliz do Francisco Louça sobre a legitimidade de quem não tem filhos para opinar sobre o direito à vida não chegou para assustar os eleitores. E, finalmente, a discriminação positiva com que desde sempre tem sido favorecido na comunicação social começa a ter expressão eleitoral.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Conversas de género

Todos nós temos amigos e amigas com quem gostamos de conversar das mais diversas coisas. Há conversas, de facto, que só fazem sentido com pessoas do mesmo sexo, porque existe uma simbiose de género que faz com que o outro compreenda aquilo que estamos a dizer mesmo que não o sinta como nós. O género influencia a forma de estar e de ver as coisas.

Duas amigas ao falarem entre si da paixão que têm por lingerie, ou outra paixão bem feminina como as jóias, mesmo que a outra amiga não partilhe essa paixão, sente que é uma coisa feminina, e que pertence à classe do género feminino. O sentimento de feminilidade prevalece em relação aos gostos. Há um sentimento de se ser mulher e se ser feminina.

Eu até posso falar disso com um amigo, mas ele apenas vai apreciar o facto de eu gostar de lingerie ou jóias. E de todas as maneiras eu própria acharia que não faria sentido falar com ele destes assuntos bem femininos. Há certos assuntos que, por mais que se queira, um amigo tem dificuldade em entender. Por mais compreensivo e sensível que seja, o nosso amigo homem infelizmente não poderá sentir essa empatia de género, o que faz com que certas conversas mais fúteis e/ou as mais intimas acabem por ser com uma pessoa do mesmo sexo que nós, muitas vezes pela afinidade de género.

É como as conversas de copos e cervejas dos homens. Por mais que eles gostem da companhia feminina, há momentos em que o género masculino precisa de se por à prova entre machos e terem conversas machistas. Agora, se estiver no meio deles uma mulher, por mais abertos e liberais que sejam existem uma série de condicionantes educativas, morais e sociais de género que no fundo definem bem como somos diferentes. As diferenças não são apenas biológicas, elas são sobretudo sociais e íntimas. Eu gosto de uma boa conversa com um amigo, mas não dispenso umas revelações femininas, entre mulheres.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Carta de Santana Lopes aos eleitores

"Caro(a) Amigo(a),
Não pare de ler esta carta.
Se o fizer, fará o mesmo que o Presidente da República fez a Portugal, ao interromper um conjunto de medidas que beneficiavam os portugueses e as portuguesas.
Portugal precisa do seu voto para fazer justiça. Só com o seu voto será possível prosseguir as políticas que favorecem os que menos ganham e que exigem mais dos que mais têm e mais recebem.
Você não costuma votar, e não é por acaso.
Afastou-se pelas mesmas razões que eles nos querem afastar.
E quem são eles?
Alguns poderosos a quem interessa que tudo fique na mesma.
Incluindo a velha maneira de fazer política.
Eles acham que eu sou de fora do sistema que eles querem manter. Já pensou bem nisso?
Provavelmente nós temos algo em comum: não nos damos bem com este sistema. Tenho defeitos como todos os seres humanos, mas conhece algum político em Portugal que eles Tratem tão mal como a mim? Também o tratam mal a si. Já somos vários. Ajude-me a fazer-lhes frente.
Desta vez, venha votar. É um favor que lhe peço!
Por todos nós,
Pedro Santana Lopes"

Como é possível? Hoje uma colega de trabalho e estava convencidíssima que era a gozar, mas infelizmente não. Esta carta é um autêntico atestado de estupidez ao público a quem se dirige, isto é, a todos nós!

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Oportunismo político

A interrupção da campanha política por parte de certos partidos, por causa da morte da Irmã Lúcia, no meu entender não passa de um aproveitamento político para tocar o coração do povo mais simples e ingénuo. Pois, custa a acreditar que os líderes destes partidos fossem tão crentes ou tão devotos dos pastorinhos de Fátima. Se é o caso o estranho é ser apenas mostrado no momento como este, ninguém tinha ainda ouvido falar, dessas convicções.

Independentemente, do sentimento religioso de cada um dos líderes, a fé e a devoção pertence ao foro do privado e por isso não é de todo a melhor maneira de vivê-la que dizer ao mundo, que estão muito abalados com o facto. A fé é um trabalho e sentimento interior. Nós, para sermos crentes não temos que mostrar aos outros que o somos. As convicções e a fé sentem-se não se demonstram. É de destacar a intervenção e a lucidez do Bispo de Setúbal que alertou e mostrou a sua indignação pelo aproveitamento político de certos líderes políticos, ao tentarem se aproveitar das crenças e valores religiosos dos portugueses.

terça-feira, fevereiro 08, 2005

Carnaval

É óptimo para as crianças que vestem a pele dos seus heróis. Quanto aos adultos divertem-se porque têm oportunidade de viver fantasias de miúdos, mas também de graúdos. Carnavais e desfiles é o que não falta por este país fora, mas de português o Carnaval pouco ou nada tem. O nosso Carnaval, quando recorre a imitações brejeiras do Carnaval do Brasil, limita-se a apresentar umas mocinhas semi-nuas ao som do samba.

Nos desfiles de Carnaval também existe criatividade bem portuguesa que se inspira na política e na situação nacional. Quando os organizadores fazem recurso à sátira como forma de critica e brincam com a situação, penso que é outra criatividade, mais rebuscada que tem que se valorizar, que não apenas aquela que tenta imitar uma coisa que tem pouco a ver connosco.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Escolaridade Obrigatória

A quase totalidade dos partidos políticos aposta na escolaridade obrigatória até ao 12º ano. É uma boa medida, na condição de ser bem pensada e de incluir todas as perspectivas dos jovens e não apenas aqueles que querem prosseguir os estudos. O sistema de ensino “normal” não tem em conta os alunos que querem seguir um percurso mais curto. Até agora os cursos de formação profissional são poucos e pouco diversificados.

Ao prolongar o número de anos de escolaridade, medidas concretas devem ser tomadas para evitar o abandono escolar. Uma das soluções é valorizar as vias profissionalizantes e abrir mais áreas de formação profissional. E porque não alternar uma semana na escola e uma semana num empregador para se aprender a futura profissão. Deste modo, sai-se com o 12º ano e com a formação adequada e experiência, na profissão que se escolheu. O sistema de ensino português tem que ter em conta que nem todos querem ser “doutores” e que todas as profissões têm valor, desde que os profissionais sejam competentes. E para que haja competência têm que se formar os alunos correctamente para essas profissões.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Sem comentários

As insinuações de Santana Lopes e alguns dos seus "cães-de-fila" sobre Sócrates, nomeadamente quanto aos colos que este prefere.

Começo a ficar perplexo com a trapalhada e baixo nível da campanha do PSD. Não são só este tipo de comentários, que poderão ser próprios de tudo menos de um dos dois maiores partidos portugueses, mas eles por si já dizem muito sobre aquilo a que chegámos.