quarta-feira, dezembro 03, 2003

Soluções fáceis

Tenho acompanhado com interesse a discussão entre o Comprometido Espectador, o Barnabé e o Complot. Em geral concordo com o Luciano Amaral, e tenho a mesma posição que ele sobre o assunto.

Em primeiro lugar, concordo que a questão fundamental é saber a partir de que momento podemos considerar que existe uma vida humana. À partida, não vejo nenhum argumento forte para não considerar que o feto é uma vida humana desde a concepção. Sendo assim, não é razoável que a lei entregue a uma das partes (a mãe) o direito a decidir livremente sobre a outra, que é a mais desprotegida. Podem-me dizer que a lei condicionaria o direito a abortar à verificação de certas condições sócio-económicas, etc, etc, mas sabemos que isso na pratica significa a liberdade de fazer um aborto.

O apoio que as "visões liberais" sobre este tipo de assuntos têm na sociedade, que é claramente maioritário nas pessoas mais novas, tem muito a ver com o facilitismo e leviandade com que se olham os problemas e se esquecem questões fundamentais, a bem do pragmatismo e da conveniência de ignorar verdades incómodas.
Se é isto a "nova direita", prefiro a "velha".

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