terça-feira, agosto 30, 2005

Referendo ao Aborto

Se o referendo ao aborto vier de facto a ser marcado para o final deste ano, entre as autárquicas e as presidenciais, é uma jogada inteligente, por meter em cima da mesa um tema que coloca Cavaco Silva no lado que se preve perdedor. Mas, ainda assim, toda esta urgência e a aprovação de leis por encomenda apenas para permitir que um tema importante seja usado de forma descarada nas "tricas" da luta partidária não deixa de ser lamentável.

Alguém sente a sociedade civil, a verdadeira e não a manipulada politicamente, a clamar por esta pressa sem olhar a meios em mudar a lei? A haver mudança, é evidente que após o "não" dado pelos portugueses esta terá de ser sufragada por meio de referendo, mas este deve ser convocado num periodo de acalmia política e não de luta partidária em que os temas e as questões se irão naturalmente confundir.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Ilha Perdida

Informação
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Política
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Reflexão
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Intervenção
Dedicação
Amor

Estes são os temas e qualidades que definem o nosso Blog, que hoje festeja o seu segundo aniversário!!!

quinta-feira, agosto 25, 2005

Praga

A título de curiosidade Portugal tem 142 espécies de eucaliptos! O eucalipto é uma arvore que não é autóctone o que não é bom para o ambiente e solo, já que no final de sete plantações o solo ficam completamente seco, pobre em nutriente, que provoca a desertificação. Basta de eucaliptos e vamos mesmo fazer planeamento florestal. Deixemo-nos de querer lucro fácil e rápido, sem trabalho. Ao plantar espécies como o carvalho, azinheira e o pinheiro bravo é uma forma de proteger a floresta e o ambiente, já que estas espécies são mais resistentes ao fogo. Oiçam os ambientalistas e mudem as mentalidades “do interesse pelo lucro fácil e rápido”, que sai caro a todos nós.

sexta-feira, agosto 12, 2005

A moda das coligações

Segundo O Independente de hoje Carmona Rodrigues acaba de firmar uma coligação com o PPM para a camara de Lisboa. O PPM parece ser um parceiro privilegiado pelo PSD para fazer coligações, seja em várias candidaturas autárquicas, seja até agora nas últimas legislativas. Alguém me sabe explicar porquê?

Para começar não se percebe o que representa o PPM neste momento. Se é verdade que no seu tempo representou algo, por pouco que fosse, as caras desse tempo já todas abandonaram o barco e o projecto. Neste momento não se sabe o que é aquele partido, e o seu peso na sociedade é nulo. Afirma-se como monárquico, mas nem os monárquicos está perto de conseguir representar, e basta ver o que sobre ele dizem as reais associações espalhadas pelo país.

Se calhar é bonito dizer que se tem uma coligação, como é bonito meter um ou dois independentes à pressão nas listas, para dar aquele ar de abertura e de abrangência... mas, dito isto, é preciso ver que as coligações têm um "preço". Na câmara de lisboa terá um custo para o PSD em termos de lugares, cargos ou seja o que for. Por exemplo nas legislativas o PPM conseguiu 2 lugares elegíveis nas listas de deputados do PSD, e nós olhamos para o país e pensamos no que representarão aqueles 2 deputados, que peso e interesses? A mim parece-me que isto não passa de uma fantochada, assim como os verdes são outra fantochada que o PCP inventou para dizer que têm uma coligação.

As coligações são uma mais-valia, mas quando representam abertura das forças que as compõem a outras tendências e correntes.

domingo, agosto 07, 2005

Mão criminosa

Todos os comentários dos populares, dos responsáveis autárquicos, dos responsáveis da protecção civil, dizem que o fogo tem mão criminosa! Essa é sem dúvida uma verdade! Mas será que nós todos não somos criminosos quando deixamos de limpar as matas, florestas, eucaliptais! Quando os serviços florestais regionais não obrigam os proprietários ao limpar os seus terrenos? Quando os presidentes de câmara instalam bocas-de-incêndio que não funcionam? Será que não são criminosos os engenheiros florestais e agrónomos responsáveis no Ministério da Agricultura que nunca saem dos seus gabinetes para conhecer o país real para criarem planos de (re)florestação mais adequados? Será que não são criminosos, todos os madeireiros que cortam os eucaliptos para a pasta de papel e deixam metade das árvores abatidas e diverso lixo no local? Será que os populares e pequenos agricultores não são criminosos quando fazem queimadas quando sabem que é proibido em pleno verão? Meus senhores deixemo-nos de hipocrisias e assumam as responsabilidades de que cada um contribuiu de forma significativa para a dimensão dos incêndios e ajudaram os incendiários!

terça-feira, agosto 02, 2005

Ota e TGV -Direito à informação

O Ilha Perdida quer associar-se ao movimento de blogs que têm vindo a exigir a divulgação dos estudos que estão na base da decisão de prosseguir estes dois projectos.

Não tenho opinião sólida formada sobre um ou outro, mas parece-me no mínimo estranho que, num país em que não se fala noutra coisa que não seja apertar o cinto, em que os impostos acabam de ser mais uma vez aumentados, e em que nada se decide e se fazem e eternizam estudos sobre tudo e mais alguma coisa, uma decisão com implicações de tal forma onerosas seja tomada desta forma.

O mínimo que temos de exigir, e o estado nos deve como cidadãos, é a transparência na forma e nos critérios segundo os quais o nosso dinheiro é gerido e gasto. E a forma como este processo tem sido conduzida é tudo menos transparente. Por um lado, é dado a entender que as decisões ainda se encontram a ser estudadas e, por outro, vem o ministro da economia afirmar que o seu avanço em si já está decidido. Nós temos direito a conhecer os estudos que estão por base destas decisões, se eles de facto existem e, no caso de existirem, se as confirmam e corroboram.

Quando se percebe que a opção de avançar, num e noutro caso, tem muito pouco de evidente e é contestada por muitos dos mais incontestados actores da sociedade e do meio económico, dá para começar a estranhar e desconfiar. Algumas suspeitas já começam a surgir. Podem não passar disso, mas temos o direito de as ver esclarecidas.