sexta-feira, abril 29, 2005

Um ano e um dia,

Este é o tempo que eu naufraguei e recolhi-me no Ilha Perdida. Nele aprendi a expor-me, revelar-me, desabafar e a gostar.

O Ilha Perdida representa hoje um pouco de mim, um pedaço daquilo que compõe a minha pessoa, que preenche os meus tempos livres, ao qual eu dedico um pouco de mim.

Uma pequena nota de mérito vai para o meu companheiro no Ilha Perdida, o Pedro. Hoje, tenho eu lhe agradecer pelo convite feito há um ano e um dia atrás.

sexta-feira, abril 22, 2005

Camara de Lisboa

Marques Mendes foi eleito em congresso por uma margem surpreendentemente pequena. Terá agora oportunidade de se tentar afirmar de facto, e é uma pessoa com qualidades, sem comparação com o adversário que tinha. A simples hipótese de Menezes poder ter chegado a líder faz-me confusão, tal o aparelhismo, ruido e vazio que a sua personagem representa. Um mau sintoma para o PSD.

Contudo, no caso da câmara de lisboa, parece-me que Marques Mendes começa com um erro. Em primeiro lugar, Santana Lopes foi o protagonista da vitória em Lisboa e da obra que foi feita. Logo, é ele o candidato natural para defender o que se fez e, não sendo ele, considerando-se que a obra foi má, deveria então ser escolhido alguém sem qualquer compromisso com este mandato. Em segundo lugar, tanto Santana Lopes como Carmona Rodrigues têm mais hipóteses de perder as eleições do que de as ganhar. Na minha opinião, apesar de tudo, com Santana Lopes seria mais fácil uma eventual reviravolta. Mas, se é para perder, não seria mais inteligente deixar Santana Lopes avançar do que deixa-lo na situação de poder colocar a responsabilidade da derrota na escolha de Marques Mendes?

Bento XVI

A ler, sobre a eleição do novo Papa, no Acidental.

A Igreja é uma instituição naturalmente conservadora, e não poderia ser de outra forma. A Igreja não está nem tem de estar necessariamente integrada nos tempos que correm. E, acima de tudo, a Igreja não está nem tem de estar necessariamente moldada ao gosto de quem não acredita na Igreja ou sequer em Deus.

PS: Digo isto com o à vontade de quem não é católico.

quinta-feira, abril 21, 2005

Negociação através da discussão

É no meu entender chegar a um acordo, uma harmonia e um equilíbrio, entre diferentes posições e perspectivas, de duas ou mais pessoas. Em Sociologia da vida privada, “a negociação” é um conceito muito utilizado. A negociação, que surge muitas vezes de uma discussão, virulenta ou não, entre duas pessoas, ajuda na exposição de ideias. A discussão é uma forma de negociação, porque estabelece parâmetros de respeito e limites que o outro tem que respeitar e aceitar. A discussão delimita o espaço de cada um e aumenta o espaço individual da pessoa dentro da relação entre as pessoas em questão.

Por mais difícil, dolorosa e desgastante que seja uma discussão, esta é o contributo essencial para a negociação. Quantos de nós não discutiram com os irmãos por causa da utilização indevida de objectos que não lhes pertenciam. Quantos de nós não negociaram, através de discussões acesas, as saídas à noite com os pais, enquanto adolescentes. E quantos de nós não discutiram com um amigo(a) querido (a) com o qual se aborreceram. A discussão só surge porque não queremos perder a amizade ou achamos que ela vale a pena. Senão não nos dávamos ao trabalho de nos desgastarmos em expor as nossas opiniões, e deixaríamos de conviver com essa pessoa e assim ficava o assunto resolvido.

Quero alertar que estas discussões têm regras e limites na forma de expor as suas opiniões. Esses regras possibilitam uma boa negociação, no sentido em que não existam faltas de respeito ou ofensas que destruam a negociação. Caso estas regras sejam quebradas a negociação é impossibilitada e não existe evolução na relação em questão, que fica em perigo de ruptura.

As discussões contribuem para a negociação no sentido em que ao expormos as nossas ideias estamo-nos a expor, e é uma forma de nos conhecermos e de respeitarmo-nos a nos próprios e fazer com que o outro nos conheça, e nos respeitemos mutuamente.

quinta-feira, abril 07, 2005

Valor do Nacionalismo

É importante termos orgulho nacional e não acharmos que perante as outras nações da Europa, tenhamos que deixar de parte o orgulho de ser português, só porque essas nações têm uma melhor posição económica e desenvolvimento. O melhor exemplo da não inclinação à visão de cidadãos menores da Europa, é atitude de José Mourinho. Podem-no chamar de altivo, arrogante, vaidoso…O importante é que ele é um excelente profissional e não tem que baixar a cabeça, só porque supostamente é português, segundo os europeus do norte uma nação menor. E deixar de ser quem é, para tentar agradar aos outros. É uma atitude muito digna de manter -se igual a ele próprio e de não deixar que lhe pisem “os calos”, ou que achem que lhe estão a fazer um favor pelo facto de o terem convidado para treinador do Chelsea.

Neste momento, deveríamos todos apoiar Mourinho, porque vemos bem que os treinadores de futebol estrangeiros que estão em Portugal estão longe de fazer um trabalhado tão bom quanto o de Mourinho. Marcelo Rebelo de Sousa apoia Mourinho e afirma que “todos os portugueses deveriam ser como ele e deveríamos deixar o nosso provincianismo de lado”. Pois, há muitas pessoas que têm vergonha de dizerem que são oriundos do interior beirão, alentejano, transmontanos…Não é porque temos origens humildes, que temos menos valor. Há valores como a honestidade, a simplicidade e a autenticidade que são valores fundamentais para o valor individual de cada um.

Como foi visível no jogo de ontem o trabalho de Mourinho permitiu mais uma vitória do Chelsea. Os nossos jornalistas nacionais é que deviam ter uma formação urgente, de aprendizagem da importância do valor nacional e deixar de valorizar o que é português quando os estrangeiros valorizam e de deitar à baixo quando os outros o fazem. Esta atitude de boicote nacional, de denegrir o que é nacional torna-se intolerável por parte da classe jornalística portuguesa. Já não se trata de ser realista e neutro na forma de informar, é um deitar à baixo e pessimismo nacional, aumentando o que está mal em Portugal.