sexta-feira, dezembro 02, 2005

Presidenciais - Alegre

Manuel Alegre é um dado novo e inesperado na equação das eleições presidenciais. Não sei se o seu sucesso, relativo, irá muito além dos valores que as sondagens lhe apontam neste momento. O que está a conseguir (aparentemente...) já é um feito importante.

A ideia de uma candidatura desamarrada dos partidos, do stablishment, descomprometida e de mãos livres, não pode deixar de ser atractiva. Tomando as sondagens como verdadeiras, é um dado saudável e positivo destas eleições e mostra a maturidade de um eleitorado que já não segue cegamente as indicações partidárias, apesar de toda a influência que estas continuam a ter.

No entanto, Alegre não é o protagonista ideal desta candidatura, a começar pela forma como geriu todo o processo até finalmente se decidir a avançar sem o PS. Avança sem este, não por ser uma candidatura com uma dinâmica própria à partida, mas porque o PS a motivou primeiro para depois não a apoiar. É apartidária, não por não procurar apoios partidários, mas por não ter conseguido o apoio do partido que a estimulou. E a revelância que está a ter deve muito ao espaço que a candidatura de Mário Soares não mostra ser capaz de ocupar.

Ainda assim, e repito, o "fenómeno Alegre" é um acontecimento feliz para a nossa democracia.

Sem comentários: