sábado, fevereiro 11, 2006

Cartoons e clima de censura

Num dia desta semana estava a vir para casa quando oiço na rádio que na Suécia um site na internet foi fechado por ter publicado as tão faladas caricaturas sobre Maomé.

Como é possível que, com embaixadas e cidadãos dinamarqueses a serem ameaçados e atacados, a tónica da reacção europeia seja na condenação da publicação das caricaturas? E o que dizer das declarações de Vitalinho Canas (deputado) para quem "estão bem uns para os outros?". A ideia que passa, de que devemos desculpas por uma atitude incorrecta, de nos retratarmos por um erro cometido, não atira ainda mais gasolina para a fogueira?

A liberdade de expressão é um principio basilar das nossas sociedades. A liberdade de expressão é exactamente a liberdade de dizer aquilo que pode ir contra a opinião comum, ferir susceptibilidades, criticar. Os limites a esta liberdade são aqueles que estão definidos na lei. É impressionante e assustador a facilidade com que colocamos tudo isto em causa. Este ceder naquilo que faz parte essencial da identidade das sociedades ocidentais, das nossas formas de vida, e de que temos todos os motivos para nos orgulhar, é um sinal dos perigos a que estamos expostos actualmente.

domingo, janeiro 22, 2006

Insuportável

O estilo jornalístico da TVI. É simplesmente insuportável a arrogância com que se comentam acontecimentos, políticos, entrevistados, tudo e mais alguma coisa que passa pela cabeça daqueles jornalistas. É o grau zero do jornalismo.

A confusão gerada com a sondagem que resolveram fazer sobre umas hipotéticas legislativas, a forma como MMG (imagem de marca do que descrevo...) e o seu parceiro reagiram às críticas sobre a oportunidade dessa mesma sondagem, foi mais um destes episódios que temos recorrentemente oportunidade de assistir ao ver os serviços noticiosos da TVI.

O fim

Soares cometeu um erro ao candidatar-se. Não houve, como não havia aquando da decisão, qualquer vislumbre de vaga de fundo ou anseio no país pelo seu regresso. Mas mais que o erro em si de se ter candidatado, do fenómeno Alegre e de como lidou com ele, Soares conduziu uma campanha agressiva, ressabiada e errática. Soares abandona a vida política com uma derrota é enorme, contra Cavaco, e contra Alegre. Como JPP referiu, ainda durante a campanha, esta derrota tem muito mais força do que qualquer "Basta!" poderia ter tido.

Legitimidade

São várias as declarações (além de prevísiveis) de minimização da vitória de Cavaco Silva. "Rés Vés", "Por uma unha negra", etc. Não faltou sequer o argumento da abstenção, que ouvi p.e. de Sousa Tavares, e vale o que vale... Parte da abstenção é tecnica, e o mesmo argumento serviria para colocar em causa o valor da vitória de Sócrates, como a de Durão Barroso.

Há naturalmente um problema de expectativas demasiado altas, mas a legitimidade de Cavaco na presidência é indiscutível.

Vergonhoso

Ver Socrates a procurar "apagar" a declaração de Alegre.

A democracia de Jerónimo

Foi impressão minha ou Jerónimo de Sousa esqueceu-se de felicitar o vencedor? Ficámos a saber que Cavaco ganhou por ter conseguido enganar os portugueses.

Para algumas pessoas a democracia termina exactamente no momento em que os votos não correspondem ao seu desejo.

Falar sem dizer nada

É uma das habilidades que Louça tem vindo a desenvolver cada vez mais.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Eurosondagem

Antes de mais, acho um erro a importância que Manuel Alegre tem dado às sondagens desde o ínicio da sua candidatura, e especialmente no ínicio, como se esse fosse o seu grande suporte. E acho um erro que se comece a disparar contra todos os lados quando os números não são do nosso agrado. Isto apesar de pelos vistos Manuel Alegre não ter sido prejudicado. Talvez por os disparos de Soares contra jornalistas e companhia terem sido ainda mais sonoros...

É bem conhecido o caso especial que a Eurosondagem representa, por ter como responsável um deputado socialista, que é por isso alguém politicamente activo e envolvido naquilo que se propõe "analisar" e "observar". Nos comentários que lhe oiço sobre resultados de sondagens é verdade que não vejo grande motivo de critica, tem aparente qualidade tanto técnica como de análise dos resultados.

Dito isto, acho que algo de errado se passa. Que Soares apareça consistentemente melhor colocado nas suas sondagens que nas restantes pode ser resultado de diferentes metodologias. Não estou a ver um empresa de sondagens, que é avaliada pelo seu trabalho, a manipular resultados. Ja temos teorias da conspiração que cheguem. O que acho mais díficil de justificar é o que se passou no Expresso há cerca de um mês e pouco. Numa sondagem em que Soares tinha cerca de 17% e Alegre 16%, os resultados numa segunda volta foram simulados apenas com Soares. Tendo em conta a proximidade de resultados, tendo em conta que Alegre surge sem excepção melhor colocado que Soares num cenário de segunda volta, alguém me consegue explicar a opção? Foi uma forma descarada e lamentável de subalternizar Alegre.

domingo, janeiro 08, 2006

Pudor

Vejo com preocupação o sucedido a Ariel Sharon. O seu perfil e o seu passado dão-lhe condições quase únicas para implementar os passos necessários para a pacificação da zona. Essa oportunidade para a paz está agora ameaçada, juntamente com a sua vida. Só posso desejar as suas melhoras e o seu restabelecimento o mais rápido possível, mas é sobre outro aspecto que gostaria de falar.

Não sou médico, e limito-me por isso a ir ouvindo com atenção o que se opina sobre o assunto por parte da classe médica. A opinião, com nuances mas mais ou menos consensual, é a de que este último acidente cerebral foi de grande gravidade. É pouco provável Ariel Sharon consiga sobreviver e ainda menos que possa regressar à vida politica activa.

Apesar disto, causa-me alguma inquietação a forma como a imprensa tem tratado o assunto. A capa da Economist desta 5a feira dizia simplesmente "After Sharon". Percebo que este tipo de manchetes façam todo o sentido, porque é realmente essa a questão que se equaciona neste momento. Mas não devia haver algum pudor em tomar como certa uma morte que não existe?

domingo, janeiro 01, 2006

Bom Ano

Maria, obrigado pela colaboração ao longo deste tempo.

Por aqui, o Ilha Perdida continua.

Um Bom Ano 2006!

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Adeus!

Como em tudo na vida há um começo e um fim! Para mim, chegou ao fim a minha estadia no Ilha Perdida. Agradeço a todos os leitores que apreciaram e se identificaram com os meus comentários “sociais” e com os meus desabafos de estados de alma!
Mas, também agradeço aos que me contestaram, permitindo assim reavivar o debate de ideias. Finalmente agradeço ao meu companheiro de Ilha Perdida pelo seu convite e pela confiança que sempre depositou em mim!!!

Da vossa amiga!

Maria